domingo, abril 29, 2007

jnnf, ano XXXVI, nº 375 (Abril 2007)

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OBRIGADO MÃE!
Editorial

Cultura da vida
O mês de Maio, em plena Primavera, é considerado, com maior intensidade entre nós portugueses, como o mês da vida, em todos os sinais de vida. Deriva esta simbologia, com grande probabilidade, da mitologia grega, da deusa Maya a quem era consagrado o dia 15 de Maio; e da equivalente deusa romana Bona Dea (Boa Deusa, a deusa da fertilidade e da terra, que representa a virgindade e a fertilidade nas mulheres. Era filha do deus Faunus, daí ser também conhecida por Fauna).
Escrevia há dias D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro, a propósito do recente falecimento de John Billings, o pai do método natural da regulação da fertilidade, conhecido como “método da ovulação pela observação do muco cervical”, “a máquina maquiavélica e poderosa das multinacionais, produtoras de produtos orientados para impedir a fertilidade, e a luta desenfreada de interesses entre as mesmas, tem levado a que muitos dos directamente inseridos no processo, como informadores e decisores, se instalem apenas naquilo que as mesmas empresas comunicam e propõem, de mistura com benesses que não se podem perder. Assim é mais fácil e mais rentável.
Os métodos naturais foram, por isso, progressivamente depreciados e calados, mesmo por aqueles que, por dever de ofício e por honestidade profissional, os deviam conhecer bem para os poderem propor, de modo esclarecido, à decisão livre de quem procura, legitimamente, informação e orientação para regular e planear os filhos que deseja. Não se trata apenas, dado que se sonega informação a que se tem direito, de uma situação injusta, frente aos utentes de um serviço público. Trata-se, também, de ver, de modo superficial e pouco honesto, um problema grave que requer uma informação correcta e uma educação acompanhada” (CV, 2007.04.19).
Este mês (da mãe - a de cada um e a de todos nós -, do coração, da vida, do trabalhador, das famílias,…) é uma oportunidade de redescobrir o valor (aquilo que vale!?) das pequenas coisas: os elementos da natureza; a matriz da nossa existência; a paz das nossas relações; a educação para o desenvolvimento comprometido das civilizações.
A começar, já!
M. Oliveira de Sousa

Notícias de Nariz e Fátima, 40 anos
Mensagem do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro
É com regozijo que saúdo o jornal “Notícias de Nariz e Fátima” na passagem dos 40 anos da sua fundação, reconhecendo o papel informativo que ao longo das quatro décadas prestou aos aveirenses, em especial à população das duas Freguesias do Município de Aveiro cujo nome ostenta no título.
Neste aniversário felicitamos com estima o Padre Artur Tavares de Almeida, impulsionador e primeiro Director do Jornal, aproveitando a oportunidade para lembrar a importante obra social que desenvolveu em favor da comunidade de Nariz e de N.ª Sr.ª de Fátima.
Apraz-nos realçar nesta data que o “Notícias de Nariz e Fátima” aderiu à vanguarda comunicacional com a edição on-line, alargando pela difusão digital o lote de leitores e incentivando por essa via o público à utilização das novas tecnologias da informação e da comunicação.

Desejo ainda que a efeméride que enaltece a longevidade do jornal seja motivo de orgulho para os seus actuais administradores, colaboradores e leitores, motivando-os para o decurso da contínua qualificação deste vetusto veículo de informação local.
Dr. Élio Manuel Delgado da Maia,Presidente da Câmara Municipal de Aveiro

Fátima Jovem 2007, Santuário de Fátima, 5 e 6 de Maio
Renuncia a ti mesmo, tome a tua cruz

(para ver programa clique na AQUI)

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Movimento Paroquial

Fátima

Casamento
No dia 21 de Abril, casaram na Igreja de Nossa Senhora de Fátima Pedro Valente (residente em Mamodeiro) e Liliana Nunes (residente na Póvoa do Valado).
Notícias de Nariz e Fátima (certo que o pai da Liliana, há muito no seio de Deus, se junta a todos nós) felicita os noivos pedindo a Deus as maiores bênçãos para a família que agora constituem e para os seus pais, Manuela e Manuel Valente, e Adília; para os seus avós.
A caminhar faz-se caminho – Campo de Férias de 1995!
O Pedro e a Liliana são conhecidos de todas as nossas comunidades; o Pedro é, inclusive, membro da direcção do nosso jornal, como sabemos. Mas, pela Graça que é o discernimento feito, a dedicação de um e de outro, atrevo-me a algumas confidências de carinho e reconhecimento.
Estão quase vencidos dez anos deste momento em que o Pedro e a Liliana começaram a contrariar o meu princípio absoluto (muitos jovens sabem esta minha opinião!) em que, tentando suavizar o drama da separação que o final dos campos, onde revelamos qualidades e riqueza de carácter que só naquele contexto sabemos que existem no coração dos jovens, das pessoas, não há namoros iniciados nos campos de férias que tenham consequências para a vida. Eles começaram ali, no Santuário de Shoenstatt, em 1995; são a excepção que confirma a regra.
O Pedro e todo um grupo de jovens estavam, por 1992-93, perdidos na sua caminhada de vida cristã (adiados na sua preparação para o Crisma, em que outros tinham desistido). Foi o Senhor que, a determinado momento, quis que daqueles cinco jovens resistentes surgisse fermento para tanta renovação paroquial na década de noventa (como jovens, no dia da comunidade, na equipa de liturgia, nos acólitos, no dia da Santa Unção, Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, Fátima Jovem, encontros com o Santo Padre, Jornadas Mundiais,…). Foi ali que encontrei o Pedro, com a verticalidade que o caracteriza, e ele manteve-se! E do nada (aquele grupo que parecia perdido), o Espírito Santo, num Sábado à noite, consagrou tanto!
O campo de férias foi só uma etapa, mas uma etapa decisiva!
Também a Liliana, a sua presença naquele Campo, foi um momento de inspiração do Alto – penso que ela só o ficará a saber neste momento! Campo de férias!? Porque não as filhas da Adília?! E lá estava a Liliana na Gafanha!
Depois daquele campo, um e outro fizeram um caminho semelhante na doação, nas responsabilidades, … Deus assim quis!
Vê-los profissionalmente empenhados, familiarmente realizados e socialmente responsáveis pelo futuro de todos é o objectivo de toda a pastoral juvenil, de toda a acção da Igreja com os jovens. Graças a Deus!
Temos obrigação de consciência de não deixar que este fermento azede (perca as propriedades que tem)! Porque há caminhos assim: ímpares na vida!

Baptismo

No passado dia 22 de Abril, foi baptizada Ana Maria Pires de Pinho, filha de Fernando Soares de Pinho e Cristiana Maria Conceição Pires Pinho. Foram padrinhos Sérgio Carlos da Conceição Pires e Célia Margarida Soares de Pinho.

Profissão de Fé

O passado dia 22 de Abril foi dia de festa para os adolescentes do 6 º ano que celebraram a Festa da Fé. Acompanhados pelas suas dedicadas catequistas (Otilia, Ana Isabel, Fátima e Nancy) perante toda a comunidade renovaram os compromissos que um dia, pelo seu baptismo, seus pais e padrinhos haviam firmado.
Obrigada amiguinhos pelo vosso testemunho de fé! Mantenham-se firmes na vossa caminhada para Deus porque a nossa comunidade precisa muito de vós todos!

Visita Pascal - Anúncio da Ressurreição

Vários grupos percorreram as ruas de Nossa Senhora de Fátima. A cruz, símbolo do Ressuscitado, e um grupo – testemunhas (apóstolos) da ressurreição fazem o primeiro anúncio, a grande notícia, o “querigma”: Cristo ressuscitou, está vivo!
Domingo, 8 de Abril – Póvoa do Valado

Domingo, 15 de Abril – Mamodeiro e Perajorge


NARIZ

BAPTISMO:
- No dia 8 de Abril (Dia de Páscoa), recebeu o sacramento do Baptismo, na Igreja Paroquial, a menina Iara Vendeiro Jesus, filha de Jorge Manuel Lopes de Jesus e de Anabela Figueiredo vendeiro, residentes na Rua do Rossio, n.º 10, em Nariz. Foi sua madrinha Ana Sofia Rodrigues Clara.

Aos pais e padrinhos deseja muitas felicidades e muitos anos de vida cristã.

VISITA PASCAL 2007
(Paróquia de S. Pedro de Nariz)

SÍNTESE/RECEITA:
Nariz: 2.854,10 EUR;Verba: 1.004,00 EUR;Vessada: 617,50 EUR;
TOTAL: 4.475,60 EUR
Nariz, 14 de Abril de 2007
O Tesoureiro da Fábrica da Igreja,António Augusto Martins Filipe

Amigos do Jornal

Mamodeiro
Manuel Martins Pinheiro, 5,00
Póvoa do Valado
António Augusto Ferreira Santos,10,00;Adelino Vieira Carvalho Coutinho,10,00; Arménio (Arrota); 5,00; Albano Alves, 5,00;Aida Marques, 5,00; Manuel Marinho, 1,00; Diamantino Antunes Correia, 5,00
Verba
Marcelo Alves Vieira, 6,00; Manuel Arsénio Simões Neto,6,00; Carlos Rocha, 1.25; Aurélia Costa Lopes e Família, 7,00; Manuel Batista,6,00; Carlos Alberto Costa Português, 6,00; Ernesto Imitério, 5,00; Fernando Dias da Cruz, 5,00; Manuel Lopes Estêvão, 5,00; Faustino da Costa, 5,00; Pedro Vieira, 6,00; Manuel Nunes Perdigão, 5,00; Maria Irene Perdigão, 6,00; José Oliveira Dunas,2,00; Rodrigo Dunas,5,00; Jorge Estêvão,6,00; José Marques de Oliveira,6,00; Júlio Manuel Vieira Costa Jacinto, 6,00; Paulo Cerejo Barro,12,00; Armando Pinheiro Matias,4,00; Humberto Lopes Jacinto,6,00; José António Costa Dias, 6,00; Afonso Costa Feiteiro,6,00; Sebastião Cerejo Barros ,10,00; Alice Costa Barros,7,50; Jesus Gualter Bem Ferreira,5,00; Recardina 5,00; Manuel Pedra Estêvão,5,00; Belmiro Martins da Costa, 5,00; Arminda Cerejo, 6,00; Célia Martins Costa, 6,00; Alberto Oliveira Ferreira, 5,00; Ramiro Samagaio da Costa, 6,00; António Trindade Atanázio,6,00; Júlio Pedrogam ,5,00; Anónimo,0,25; Jutta Barthel,20,00
Nariz
Anacleto Peralta, 10,00; Maria Violete Martins, 5,00; Miguel Malta Simões,5,00; Fernando Barros da Cruz,10,00; Hélio Fabiano,5,00; Mª Helena Barreto Ferreira, 10,00; Belarmino Ferreira Oliveira,5,00; Maria Santos Martins, 5,00
Porto d’Ílhavo
António Mostardinha, 5,00
Ramalheiro
Leonel Lopes, 10,00; Manuel Fontinha, 5,00
Maria Lúcia F. Gonçalves (Costa Valado), 10,00

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VIII-TORNEIO INTERNACIONAL DO BARROCA

Terminado que está o VIII Torneio Internacional do A.R.C. Barroca, podemos dizer que este decorreu com grande brilhantismo, tendo a amizade e o desportivismo sido os grandes vencedores.

Ao longo de três dias, o Parque Desportivo da Barroca e a Freguesia de Nossa Senhora de Fátima foram invadidos por uma onda colorida de Juventude e alegria, deixando toda a organização e quem os visitou vivamente satisfeitos.
Na componente desportiva do torneio, existiram dois vencedores: o Barroca e o Oliveira do Bairro.

O Barroca, no escalão de Escolas, venceu o Nariz, num derby regional, após um jogo muito disputado, sendo necessário recorrer à marcação de grandes penalidades para se encontrar um vencedor, uma vez que no final do tempo regulamentar o resultado foi de 1-1. No final das grandes penalidades, a vitória sorriu ao Barroca por 4-3.
No escalão de Infantis, saiu vencedor o Oliveira do Bairro que bateu, na final, a equipa da casa por 5-1.
O sucesso desta actividade veio encorajar a Direcção do Barroca a continuar a apostar com dinamismo e empenho na formação dos seus Jovens Atletas.
O Torneio deste ano teve também uma grande inovação: a Direcção do Barroca propôs a alguns ex-jogadores do Clube, a realização de um Jogo de Velhas Guardas.

O desafio foi bem aceite e logo surgiu uma equipa que viria a defrontar uma outra já tarimbada nestes jogos - o “ Futebol Aveiro e Praia “. A empresa “ Antero Santos & Santos” ofereceu as camisolas para a realização deste jogo, que se concretizou na sexta-feira, ao final do dia, com a presença de muitos simpatizantes destes antigos jogadores do Clube.Foi uma partida muito disputada, terminando com a vitória do “ Futebol Aveiro e Praia “ por 2-1. No final, e porque o cansaço era muito, houve lugar para a distribuição de Medalhas e todos confraternizaram num apetecível lanche proporcionado pela Direcção. Todos se regozijaram com esta iniciativa e ficou a promessa de novos encontros das Velhas Guardas.Este torneio ficou, também, marcado pela surpresa. O Barroca foi presenteado com a oferta de uma carrinha de 9 lugares, indispensável para o transporte dos seus Atletas para os Treinos e Jogos. Uma empresa particular ofereceu e preparou a surpresa que, no primeiro dia do Torneio, veio alegrar o departamento de Futebol do Clube. Este Departamento estava a organizar um peditório para a aquisição futura de uma carrinha. Assim, tudo foi mais simples e todos ficaram satisfeitos.
No final do torneio realizou-se, no salão polivalente da Freguesia, o tradicional almoço de confraternização entre todas as comitivas, seguindo-se a entrega de prémios, cerimónia presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Dr. Élio Maia, que registou com apreço a dinâmica desta Associação.

A seguir discriminamos todos resultados do Torneio.

INFANTIS


Barroca

5 - 1

Maravilhas


Pontassolense

0 - 9

Oliveira do Bairro

3º e 4º lugar

Pontassolense

1 - 2

Maravilhas

Final

Barroca

1 - 5

Oliveira do Bairro

Classificação

J

V

E

D

F

C

P

2

2

0

0

14

1

6

2

1

0

1

06

6

3

2

1

0

1

03

6

3

2

0

0

2

01

11

0

1º Oliveira do Bairro; 2º Barroca; 3º Maravilhas; 4º Pontassolense

Troféus Nome Clube
Melhor Jogador Armando Cruz O Bairro
Melhor Marcador Armando Cruz O Bairro
Guarda - Redes Menos Batido Gonçalo Santos O Bairro

Equipa Fair-Play Pontassolense

ESCOLAS


Barroca

6 - 1

Oiã



Bonsucesso

1 - 2

Nariz


3º e 4º lugar

Bonsucesso

1 - 5

Oiã


Final

Barroca

1 - 1

Nariz

G P 4-3

Classificação

J

V

E

D

F

C

P

2

1

1

0

06

2

4

2

1

1

0

03

2

4

2

1

0

1

06

7

3

2

0

0

2

02

07

0

1º Barroca;2º Nariz;3º Oiã;4º Bonsucesso

Troféus Nome Clube

Melhor Jogador Diogo Cabral Barroca
Melhor Marcador Roberto Souto Barroca
Guarda-R Menos Batido Tiago Matos Barroca

Equipa Fair-Play Nariz

Paróquia de Nariz – Contas 2006
(para ver na integra consulte a versão papel)

TOTAL ANUAL DE RECEITAS

63.329,82 €

TOTAL ANUAL DE DESPESAS

120.718,47 €

TRANSPORTE DO ANO ANTERIOR

53.008,34 €

TOTAL ABSOLUTO

- 4.380,31 €

SALDO ANUAL

57.388,65 €

RESUMO

DEPÓSITOS À ORDEM

3.820,55 €

CONTA CORRENTE CAUCINADA-DISPONIVEL

12.900,00 €

CONTA CORRENTE CAUCINADA-DEP. ORDEM

6.940,18 €

CONTA CORRENTE CAUCINADA-SALDO EM DIVIDA

- 30.000,00 €

NUMERÁRIO

1.958,96 €

SALDO TOTAL

- 4.380,31 €


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Residência Paroquial de Nª Sª de Fátima
25 de Abril de 1971-2007

Como apareceu o terreno para esta residência?

Não foi fácil! Mas também poderia ter sido muito mais difícil! Eis como se passaram as coisas: reuni a Fábrica da Igreja e pus-lhe o problema deste modo: - meus amigos, como sabem, não temos terreno para a casa paroquial. Ontem, porém, lembrei-me daquele bocado de terra do senhor Ernesto Heleno.
A leira é pequena, mas dá lá uma boa residência. Vamos amanhã ver se ele no-lo dá! Estão de acordo? Todos disseram que sim. Marcou-se até a hora e o dia para o encontro.
À hora marcada fiquei desolado. É que só apareceu um para me dizer que tinham estado a pensar e haviam chegado á conclusão de que não valia a pena sequer tentar. Não consegui, apesar de todo o meu esforço, demovê-los da posição tomada. Eu ainda lhes disse: vamos lá. Se ele nos atender ganhamos. Se nos disser que não, nada perdemos.
Não valeu a pena. Não consegui convencer ninguém.
Então disse-lhes: ai vocês não querem ir, vou eu sozinho. Se ele me atender ganhei tudo, se não me atender, não perdi nada.
Rente á noite aí vai o padre Artur só. Entra na loja e o senhor Ernesto sai-se com esta: o senhor Prior vem pedir alguma coisa? – Por acaso venho!, respondi-lhe. Então o que é que o senhor deseja? Olhe, uma coisa que nos faz muita falta! Então o que é? É aquela terrinha pequena que o senhor tem à beira da igreja. Dava lá uma rica residência e ao senhor Ernesto não lhe faz falta nenhuma e teríamos resolvido o maior problema da nossa freguesia neste momento. Dê lá esse jeito e a família Ernesto Heleno ficará para sempre como uma das maiores benfeitoras desta nova freguesia. Senhor Prior, pelo que me toca não me oponho. Até fico muito contente. Vá lá dentro e diga á minha mulher e filha a minha posição sobre tão delicado assunto.
Lá fomos até à cozinha e, à volta de uma boa fogueira, ouvimos estas palavras que nunca mais esqueceremos: Senhor Padre Artur, se o nosso Ernesto deu nós também damos.
Nisto, fechada a loja, aparece o senhor Ernesto que, nada sabendo do que se passava, lança para a esposa e filha esta pergunta: então já fizeram a vontade ao senhor prior? Já sim senhor, responderam. Estamos até muito contentes com a tua decisão. Que é também a nossa. E o senhor Ernesto proclama com naturalidade: senhor Padre, a terra é sua. Minha não, mas da freguesia de Nª Sª de Fátima! Respondi.
E o senhor Ernesto levanta a voz e diz: isto não está bem, pois falta aqui o nosso Manuel! E ainda não tinha acabado de falar e entra o Manuel que, surpreendido, pergunta: Que se passa aqui? Olha, o senhor Prior veio pedir-nos aquela terra lá da beira da igreja para nela ser construída a residência paroquial. E vocês, que resolveram? Demo-la mas queremos saber a tua opinião. A minha decisão é a vossa. Dou também e com muita alegria e Nª Sª de Fátima jamais esquecerá esta nossa oferta.
Quando a Fábrica da Igreja soube do sucedido ficou muito grata ao Prior e aproveitou o acontecimento para criar laços de maior união entre todos.
Pe Artur Tavares de Almeida

Lausperene na Paróquia de Nariz
TESTEMUNHO NA PRIMEIRA PESSOA

Na vida, cada um de nós pretende encontrar-se, seja de que forma for, com Deus que está presente em todo o ser humano.
Em Quinta-feira Santa, vários rostos da nossa Paróquia iniciaram os seus passos para, junto do Santíssimo sacramento, com seriedade, venerar e a adorar Jesus Sacramentado. Foi com enorme esforço, mas também com Fé, que as pessoas encontraram, nesse encontro íntimo e afectivo, o amor e a paz de Deus e que só Ele tem. Foi uma noite longa, com diversas orações, repleta de cânticos e gente cheia de vontade. Uma noite de reflexão, em que, cada um, no seu íntimo, se encontrou com Ele.
Para Deus, a vida não acaba, apenas se transforma. E foi pensando nesta transformação, que cada um de nós se voltou para Ele, cantando e louvando, de coração aberto, as maravilhas de Deus-Pai e de seu Filho, a fim de receber forças para a “caminhada da vida.”
As horas passavam e, assim como havia gente que saía para encontrar algum descanso (físico), outras entravam para dar continuação. Fazia-se sentir o frio cá fora, quando alguém saía por alguns instantes, regressando tremendo. Mas rapidamente passava, pois era terno o ambiente “morno” naquele cantinho da Igreja. Os olhos começavam a pesar… Eram já as 6:00h da manhã. Entre diversas orações, cantaram-se cânticos, para assim animar e tornar a vontade cada vez mais forte de chegar ao fim, sentindo a alegria e o sentimento de conforto e gratidão, pela coragem e todo o bem recebido apenas numa noite. Se numa noite podemos dar e receber tanta coragem e compreensão, conseguiremos nós imaginar o que poderá ser feito uma vida inteira, dia após dia?
Às 7:00h da manhã, com a claridade a penetrar, entre as badaladas do sino e os pássaros que cantarolavam, que a noite chegou ao fim. Apesar do cansaço que se fez sentir, foi apreciável a vontade das pessoas, que até a essa hora permaneceram juntas e, sobretudo, junto de Deus, dando-Lhe graças pelo perdão, porque Ele é feliz connosco, dando graças pelo Seu sincero amor.
Fica daqui uma palavra de apreço a todos aqueles que, por vontade própria, se predispuseram a senti-Lo e adorá-Lo, na noite da sua Paixão Redentora.

Ninoska Barros