segunda-feira, outubro 22, 2007

jnnf, ano XXXVI, nº 379 (Outubro 2007)

Página 1

Editorial
As comunidades retomam o seu compromisso pastoral marcadas pela Semana da Educação Cristã
«O suave peso de educar»
Uma reflexão sobre a relação entre a educação e as comunicações sociais
1. Os meios de comunicação social, na crescente vastidão das suas modalidades e das sofisticadas tecnologias que lhes estão associadas, constituem uma singular revelação do génio inventivo da humanidade. Em particular, os meios mais modernos são "autênticas maravilhas saídas do género humano" (1).
Os acontecimentos, as ideias e as imagens que constantemente transmitem, as descobertas científicas e técnicas que divulgam e as culturas que difundem dotam as pessoas de novos meios de percepção do mundo, contribuem para estreitar os laços de união da humanidade, despertam atitudes de solidariedade e estimulam o progresso material e espiritual.
Podemos reconhecer que, dadas as características de expansão quase universal e de profunda influência dos meios de comunicação social, não existe lugar onde não seja sentido o seu impacto no comportamento religioso e moral, nos sistemas políticos e sociais e na educação (2).
Tal influência reveste-se também, frequentemente, de aspectos negativos, que afectam o desenvolvimento pessoal, social e espiritual das pessoas, particularmente das mais jovens, e comprometem o progresso autêntico da humanidade. São fruto do domínio de lóbis económicos e ideológicos, que dissimulam a verdade e condicionam a liberdade. Traduzem-se na divulgação de modelos culturais que fomentam o individualismo e o relativismo moral, na criação de necessidades artificiais, na promoção de programas e de redes de contactos que ferem a dignidade humana, no uso e abuso das pessoas para fins predominantemente utilitaristas e economicistas. Disso se ressente, também, a visão desvirtuada e tendenciosa da religião e da Igreja, que frequentemente divulgam.

2. A
Igreja tem o maior apreço pela comunicação social e por quantos a ela se dedicam. Na complexidade das estruturas e dos códigos de linguagem dos meios de comunicação, na beleza e na harmonia com que unem a palavra e a imagem, nas imensas capacidades de aproximar pessoas e povos, na perfeição tecnológica e nas admiráveis possibilidades que se anunciam de simular mundos virtuais de aventura e de projecção de ideais sociais, em tudo isto a Igreja vê o poder criador de Deus, de que o ser humano, feito à sua imagem e semelhança, participa.
Os meios de comunicação são dons que Deus põe ao serviço dos homens e "constituem um dos mais valiosos recursos de que o homem pode usar para fomentar o amor, fonte de união" (3). Orientados nesta direcção, colocam-se ao serviço da vontade salvífica de Deus e seguramente contribuirão para o desenvolvimento pleno da pessoa e das sociedades, em ordem à construção da "civilização do amor". E, na perspectiva cristã, esta comunhão de amor "encontra o seu fundamento e figura no mistério primordial da inter-comunicação entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que vivem uma única vida divina" (4).
3. Cristo é o "perfeito Comunicador" (5). Deus incarnado e plenitude da revelação, Cristo comunicou a sua mensagem pela palavra e o dom da sua vida, de forma compreensível e iluminadora das situações de vida das pessoas do seu tempo.
A Igreja tem por missão anunciar Cristo e a sua mensagem. Enraizada no mundo e comprometida com o presente e o futuro da humanidade, assume a comunicação como constitutiva da sua própria essência (6).
Através dos seus próprios meios de comunicação social, ou daqueles que a sociedade coloca ao seu dispor, a Igreja não só divulga a mensagem e a vivência do Evangelho, contribuindo assim para a educação da fé dos cristãos, como, pela divulgação das suas perspectivas sobre a vida e a história da humanidade, abre-se ao diálogo com a sociedade, dando o seu contributo específico para a construção de uma cultura que integre os valores humanos e cristãos, e, desse modo, concorra para a formação integral do ser humano.
4. "Os complexos desafios que se apresentam para a educação nos dias de hoje estão frequentemente vinculados à ampla influência dos meios de comunicação social no nosso mundo" (7). São questões que afectam a sociedade, no seu todo, e, particularmente, as instituições educativas. Por isso, afectam também a Igreja, comprometida, pela sua própria natureza, na missão educativa.
Nesta Semana Nacional da Educação Cristã, propomos aos educadores cristãos - pais, professores de Educação Moral e Religiosa Católica ou de outras disciplinas, párocos, catequistas e outros educadores - e a quantos se lhes queiram associar, a reflexão e o debate sobre alguns desafios que os meios de comunicação social lançam à educação das crianças e dos jovens, a saber:

  • a formação das crianças e dos jovens para a correcta utilização dos meios de comunicação social;
  • a preparação dos educadores para o conhecimento e o uso de novas tecnologias de comunicação;
  • a capacitação humana e material das estruturas de coordenação educativa para melhor responderem às novas exigências de formação, com meios adequados.

Não é nosso objectivo dar respostas definitivas a estas questões. Queremos, apenas, lançar algumas pistas de reflexão e sugestões, como seguem.
5. Educar as crianças para o uso correcto dos meios de comunicação social é uma responsabilidade irrenunciável dos pais, da escola e da Igreja.
O crescimento acelerado de novas formas de comunicação social - que assume o seu expoente na internet - e o acesso cada vez mais facilitado aos instrumentos tecnológicos, sobretudo a televisão, o computador e o telemóvel, conduzem a uma situação de concorrência entre a influência formativa dos meios de comunicação social e a da família, da escola e da Igreja, por vezes geradora de conflitos (8). Efectivamente, essa desarmonia pode alterar a qualidade das relações humanas, tão necessária ao desenvolvimento equilibrado das personalidades.
Não raro, pais, professores, catequistas e outros educadores, sentem-se ultrapassados pelos seus filhos e educandos, sobretudo por três factores: a vastidão de informações e de conhecimentos que adquirem através das novas tecnologias, que dominam de forma quase mecânica; os programas de entretenimento, que facilmente os isolam dos contactos interpessoais, privando-os, entre outras coisas, do diálogo familiar; e as vastas relações que estabelecem, não isentas de formas dissimuladas de manipulação. Para essa corrida sedutora aos meios de comunicação contribui muito a influência dos grupos de idades afins em que jovens e crianças estão inseridos.
Há que enfrentar e responder a este desafio colocado a todos os educadores, procurando que se formem adequadamente no conhecimento e na utilização das novas tecnologias, descobrindo as riquezas e os riscos a ela associados. Esta é uma condição essencial para poderem orientar as crianças e os jovens para um uso crítico dos meios de comunicação social, em que se deixem guiar por critérios e valores que lhes permitam fazer escolhas enriquecedoras, crescendo, desse modo, no exercício de uma liberdade responsável.

O papel que os pais devem assumir neste ponto é de importância primordial, pois são os primeiros responsáveis pela formação dos filhos para o uso prudente dos mecanismos oferecidos pelas novas tecnologias.
6. No campo da educação, há que estabelecer o equilíbrio entre a formação adquirida pela imagem, predominante nas mensagens televisivas e que mobiliza, especialmente, emoções, sentimentos e afectos, e a formação veiculada pelos processos que valorizam a leitura, mais apta a estimular uma racionalidade e uma reflexão fundamentais num crescimento humanamente integral.
Estabelecer esse equilíbrio, que garante o desenvolvimento integral das capacidades da criança e do jovem, é um desafio a todas as instâncias educativas, de modo especial à Catequese e à Educação Moral e Religiosa Católica, numa fase de preparação e lançamento de novos catecismos, manuais e outros materais didáctico-pedagógicos.
7. Finalmente, apelamos aos órgãos de coordenação da Catequese e do Ensino Religioso Escolar, em plano diocesano e nacional, aos responsáveis das escolas católicas e aos párocos para que progridam na utilização de recursos educativos, investindo em equipamentos e em formação, criando páginas electrónicas que veiculem propostas próprias ou resultantes das suas pesquisas.
8. Educar é uma tarefa sempre complexa e difícil. Ser educador é um dom e uma responsabilidade.
Nas circunstâncias actuais, adensam-se as problemáticas e impõem-se novas exigências formativas para os educadores. Unidos a Cristo, que disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei" (Mt 11, 28), estaremos seguros de poder experimentar "o suave peso de educar".

É importante clarificar
PUCA - Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro

Pelo plano aprovado, agora com um novo período de reclamação – chamamos à atenção do Edital, na Página 4 – podemos afirmar que a cidade de Aveiro vem até Nossa Senhora de Fátima! Contudo, notamos, com justificada preocupação, que o PUCA apenas traz até às portas das nossas casas “zonas industriais, armazenagem, serviços e comércio”!?
Compete a todos nós reflectir sobre estas mudanças.
Apresentamos mais cicno sugestões de reflexão.

Primeira - O desenvolvimento é óptimo mas tem de ser sustentado na clareza de processos e no equilibro entre as causas e os efeitos (por exemplo, uma fábrica pode ser óptima num determinado terreno mas se vai acabar com o futuro das pessoas é melhor repensá-la, deslocá-la). Quem é que aceita, não estando a contar, um presente tão bem embrulhado, com um bonito rótulo (“zonas industriais, armazenagem, serviços e comércio”), que não diz nada de substancial, apenas “Artigo 42º - Definição e Usos
1- Zona que se caracteriza por uma ocupação dominante de edificações de uso industrial e de armazenagem. 2- Serão ainda admitidos usos comerciais, de serviços e, quando se justificar, habitação destinada a guarda das instalações ” O artigo seguinte (do Regulamento do referido Plano, no site da Câmara), continua vago até no que diz respeito às zonas verdes “g) Deverá garantir-se uma arborização adequada à ocupação prevista no lote ou parcela” – o que é “adequada”? Um árvore de 100 em 100 metros? Duas? Um pinheiro? Eucaliptos?...
Segunda– Há qualquer coisa de estranho num Plano de Urbanização que invade uma freguesia sem consultar os habitantes dessa freguesia, fazendo de conta que os terrenos afectos à zona industrial pertencem à freguesia da Oliveirinha! É estranho, não é? Acreditando que os técnicos da Câmara (desde topógrafos, que fizeram o levantamento dos terrenos, aos advogados, que conhecem as leis nacionais) não são ignorantes… aquilo está em Nossa Senhora de Fátima!
Terceira – Há qualquer coisa de anacrónico, sem sentido, num Plano Urbano (urbano!?) que não respeita os elementos urbanos já aprovados pela mesma entidade (Câmara Municipal de Aveiro)! Um bairro, o do Chão Velho, de moradias unifamiliares, fica literalmente cercado por uma zona industrial!? O que é que isto tem de urbanismo ou de planificação?
Quarta – Aparentemente, esta pode ser uma valorização com muito interesse para a Póvoa do Valado, para a Freguesia no seu todo. Porém, fica de fora o mais importante: as pessoas e os serviços essenciais para o seu dia-a-dia (Regulamento do PUCA). Um plano urbano com uma zona industrial, por coincidência assinalada, destacada, no mapa com a cor roxa, uma cor que, na nossa cultura judaico-cristã é associada à tristeza, aos tempos de sacrifício, de conversão (Advento e Quaresma), quando faz fronteira ou é inserido numa malha habitacional deve contemplar, no mínimo, todas as virtudes e vicissitudes dessa decisão. Passe o exagero, é a mesma coisa que uma pessoa construir uma casa e encaminhar todas as saídas de dejectos por o quintal do vizinho porque isso já não lhe pertence (e no caso, Nossa Senhora de Fátima ainda é concelho de Aveiro!);
Quinta – Porque é que não se envolve toda a freguesia no PUCA, de uma forma harmoniosa, com serviços, equipamentos, comércio, zonas habitacionais, solo rural, estruturas ecológicas, etc?! Fica de fora para mais tarde ser retalhada com um outro plano qualquer que destrua umas tantas residências e, às pessoas, seja disponibilizada habitação social no Bairro de Santiago, do Griné ou outros idênticos a construir!?
È preciso unir esforços e pedir os esclarecimentos devidos junto da Câmara, como está referido no Edital já citado.

M. Oliveira de Sousa

Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima

Sobre o PUCA. Dia 14 de Outubro de 2007, às 15.30h, no Salão Polivalente

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Movimento Paroquial
Nossa Senhora de Fátima

Baptismo
Foi baptizado na igreja de Nossa Sra. Fátima, no dia 9 de Setembro, Luís Manuel Lopes Fernandes, filho de Maria Manuela de Sousa Lopes e António Luís Maia Fernandes. Foram padrinhos António e Emília.

Bodas de Ouro matrimoniais
No dia 15 de Setembro celebraram as bodas de ouro matrimoniais o Sr Vítor Manuel Dias de Carvalho e a D. Maria Fernanda Marques Mostardinha. A ocasião serviu para juntar a família e dar graças a Deus por meio século de vida em comum, pelas muitas coisas boas que se edificaram e, porque não, as que nem sempre foi possível fazer a contento de todos; a obra de Deus é construída ano após ano e, cada ano, tem sempre – no que isto tem de simbólico –as suas Primaveras, os seus Outonos, os seus Invernos mas também a luz da primavera e do Verão que se reflecte no futuro.
O “Notícias de Nariz e Fátima” apresenta votos de das maiores bênçãos de Deus para estas famílias.

Falecimentos


No dia 31 de Agosto, faleceu, com 58 anos de idade, Cláudio Portugal Ferreira Barreiro, de Mamodeiro. Os seus familiares, mãe, esposa e filhos, agradecem o acompanhamento prestado por todas as pessoas nestes dias de luto.


No dia 23 de Setembro, faleceu, com 56 anos de idade, Albino Jorge Carvalho Parado, da Póvoa do Valado.
A sua família apresenta profundo agradecimento a todos os que apresentaram condolências e acompanharam neste momentos de dor.


Amigos do Jornal
Nariz

Amílcar Loureiro 5€, Anónimo 5€, Grupo de Jovens de Nariz (Escrina) 94,17€, Idalete Oliveria Simões 10€, Maria Natália J. Figueiredo (S.J. Talha) 10€, Valdemar Magalhães 10€.
Verba
Amélia Moreira 5€, Antónoi Cândido 6€, Fernanda Barros 7€, Juta Bartel 10€, Madalena Martins 10€, Manuel Dias 20€, Mara da Luz 6€, Maria Encarnação 6€.
Mamodeiro
António Luís Maia Fernandes 20€, Hermínio Esteves 5 €.
Póvoa do Valado
Albino Freitas 5 €, Carlos Cação (França) 20€, Célia Oliveira 5€, João Pereira da Silveira (França) 20€, Laurinda Simões Coutinho 5€, Maria Irene Cação 5€, Olímpia Júlia de Jesus 5€.
Póvoa do Valado (Chão Velho)
Adélio Silva 10€, Ana Simões 10€, Carlos F. Santos 7€, Cristina Simões 10€, Ismael Seixas 5€, Manuel Gregório Gonçalves 10€, Pedro Marques 4€.

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Testemunhos de vida
O Pe Artur partiu para o Pai
Nos anos 1944, 45, 46, deslocava-me ao Seminário de Aveiro dois dias por mês para cortar o cabelo aos seminaristas, e nem só, pois era, ao tempo, profissional de barbearia.
Foi aí que conheci o seminarista Artur Tavares de Almeida; era conhecido por Artur “Avanca”, porque existia outro Artur naquele estabelecimento de ensino.

Cortei o cabelo muitas vezes ao “Avanca” sem sequer pensar que esse mesmo “Avanca” viria a ser, mais tarde, Pároco da minha freguesia e que, embora modestamente, eu viesse a ser seu auxiliar em algumas tarefas.
Colaborei com o Pe Artur na execução de vários trabalhos de interesse comunitário. Posso dizer que passou pela freguesia um homem imitável mas dificilmente inigualável. Esse HOMEM, e escrevo com maiúsculas, foi o Pe Artur Tavares de Almeida.
Sacerdote íntegro, inteiramente submisso aos votos de pobreza, castidade e obediência aos seus superiores hierárquicos, que livremente escolheu na sua ordenação. Acérrimo defensor das suas convicções, austero e obstinado, muito dinâmico, empreendedor e trabalhador, era exigente em pedir mas bem generoso a dar.
Por tudo o que fez pela freguesia é merecedor de ser apontado como exemplo, pois abriu um espaço único de definido, onde se espelha a grandeza da sua obra, a força do seu talento e o desprendimento total a favor do próximo, reservando apenas para si a recompensa divina.
Altamente compreensivo para com os seus detractores, aqueles que o criticavam e por vezes aviltavam, o Pe Artur respondia calmamente… “eles não são maus, querem confessar publicamente que nada fazem”!
Fazendo fé no adágio que diz pelo sabor dos frutos que se classifica a árvore, temos de afirmar que a árvore morreu de pé e os frutos atesta a sua existência. Por aquilo que deixo dito e por muito mais, sem favor poderia dizer, o Pe Artur conseguiu ultrapassar a barreira da morte e continua vivo, e bem vivo, e podemos vê-lo, admirá-lo sempre que olharmos para as obras que realizou.
Obrigado Pe Artur!
Que o Pai o receba na sua Glória e lhe conceda a Paz; aquela Paz que nem sempre lhe facultámos na terra!

Augusto Branco


Dos nossos leitores - Parábolas com memória

O menino pobre a rica avarenta
Em Fevereiro de 1954, um menino de doze anos, pobre, frequentava a Escola Primária, como na altura se chamava, e levava na sua sacola um pequeno lanche: um punhado de azeitonas e um naco de pão de milho (alternada, outras vezes, com uma cebola crua com sal!).
Certo dia ao regressar a casa, depois de se despedir dos seus amigos, em que cada qual seguiu o seu rumo, saltou a tapada que vedava um pomar de laranjeiras com a intenção, motivada pela fome, de ali apanhar algumas.

Começou, como se imponha o respeito pelo alheio, a apanhar as que estavam no chão, a estragarem-se. De repente, ouve uma voz grave a chamar pelo seu nome. O pequenito, reconhecendo a dona do pomar à janela da sua casa. Esta convida o pequenito a sair pelo portão do quintal, a não saltar a vedação, e a trazer as laranjas que apanhara. O miúdo, envergonhado com a franqueza da senhora, fez como esta mandou.
Ao sair, a dona perguntou-lhe: “quantas laranjas levas?” “Seis” – respondeu o pequeno. “Então deixas essas aí e leva seis daquele cesto!” – retorquiu a senhora.
Meio desconfiado… lá cumpriu a ordem! E quando retoma o caminho, dá início sôfrego à magra refeição. Primeira laranja… podre; segunda, também; terceira… seca!? Nem uma! Nem uma se aproveitou!
“Esta agora” – pensou – “estes ricos são mesmo avarentos. Escolhi das mais fracas e ainda me deu pior que isso! Deixa estar que não hás-de ficar sem resposta”!
Passados uns dias, sendo tempo de laranjas, tempo Inverno, no regresso da escola, com a merenda do costume, nem tempo houve para degustar a meia dúzia de azeitonas, dada a pancada de água e as rajadas de vento! Ao passar o quintal viu a “manta” de laranjas que o temporal estava a derrubar, e… zás! “Não é tarde, nem é cedo” – comentou para si próprio. Saltou a cerca, abeirou-se de um molhe de canas e com toda a força que pode, derrubou das melhores.
Pegou no saco que servia de capuz, enche-o, e, banhado em água, carregou para casa laranjas para um mês!
E todos os dias, enquanto aquelas duraram, fez questão de, no percurso para a escola, deixar umas tantas cascas à porta da senhora!
Assim, mesmo não sendo uma atitude que orgulhe alguém, ia tentando reparar a avareza extrema de quem tudo quer.

José de Sousa Oliveira

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Gente da nossa gente
Nome:
Mónica Vieira Rodrigues
Idade:
17
Profissão:
Estudante
O que mais gosto:
Viver a vida! Estar rodeada pelos meus amigos e família, e poder dividir com eles todas as experiências que me vão surgindo no quotidiano. E … chocolate!
O que menos gosto:
Passar roupa a ferro (risos).
Actualmente estás a começar o 12º ano. É um ano de muita responsabilidade. Quais são as expectativas?
É verdade! É um ano muito exigente e importante na vida escolar de um aluno, repleto de novas emoções, da escolha definitiva para o próprio futuro profissional. É o ano que antecede a um novo e grande passo da nossa vida, isto é, a universidade. Neste momento as expectativas são promissoras e espero poder alcançar todos os meus objectivos de modo a que no próximo ano lectivo seja, enfim, uma caloira!
Que pensas seguir? (Universidade, que curso e porquê)
Pois…esse é ainda o meu grande dilema, porque ainda não está totalmente definida a minha decisão. Mas tenho em vista prosseguir os meus estudos na área da nutrição e deste modo irei, provavelmente, estudar na universidade do Porto, para tirar o curso de nutricionista. É algo ainda em fase de decisão, mas é uma profissão muito actual e com saída profissional porque, actualmente, a saúde e o bem-estar da sociedade são fundamentais e cada dia aumenta a preocupação das pessoas sobre problemas como a obesidade, excesso de peso, e este tipo de problemas pode acarretar diversas complicações a nível de saúde pessoal da sociedade, e no entanto são tão simples de prevenir com a ajuda de um profissional qualificado.
Numa altura em que se fala muito da qualidade de ensino e das escolas, como é que analisas o teu ambiente escolar (condições da escola, ambiente etc)?
Actualmente, eu frequento a escola secundária Dr. Mário Sacramento em Aveiro. Esta foi a escola que eu optei para prosseguir os meus estudos. É uma escola com um ambiente entre alunos razoável e com uma relação aluno/professor muito familiar. Como é óbvio tem alguns aspectos menos positivos, mas nada que também não haja nas outras escolas da cidade, assim como também apresenta aspectos muito bons. Em termos de professores, temos professores espectaculares, que nos cativam para a vida escolar e nos aliciam a estudar, mas como “não há bela sem senão”, existem alguns membros, que nós alunos, desejaríamos não ter o prazer de conhecer. (risos)
Mas nem tudo na vida é estudo ou trabalho. Como gostas de ocupar os teus tempos livres?
Esta é a melhor parte da vida! Eu gosto de fazer muitas coisas, de ler um grande livro ou uma simples revista, ir ao cinema ou ver um bom filme na TV, ir à praia/piscina no verão, fazer desporto (era membro da equipa de voleibol do desporto escolar da minha escola e habitualmente costumo fazer jogging ou andar de bicicleta ao final do dia, etc), adoro estar com os amigos para pôr a conversa em dia ou passar o dia completamente isolada do resto mundo a ouvir música, a pensar na vida e naquilo que ela se está e pode vir a tornar. O segredo para uma feliz e longa vida é aprender a saborear cada momento como se este fosse único e não se voltasse a repetir. Por isso, eu tento viver cada dia como se todos fossem especiais, pois na verdade nós não sabemos o que nos reserva o futuro de amanhã.
Na paróquia entre outras coisas, és acólita. Como é que surgiu a vontade de integrar esse grupo?
É verdade! Já faço parte do grupo de acólitos da paróquia à alguns anos, desde tenra idade! E sinto-me privilegiada por poder colaborar e dar o meu contributo à nossa comunidade desta forma. Esta ideia surgiu de repente, tendo sido na altura influenciada pelas minhas colegas que também estavam a pensar entrar para o grupo e de facto essa não me soou de todo estranha e pensei que seria uma boa experiência a passar e acordei um dia e decidi: “Mãe, quero entrar para os acólitos!”
Participas-te também no último campo de férias. Como é que foi essa experiência?
Inesquecível! Foi o meu primeiro campo de férias e como sempre tinha ouvido os meus irmãos comentarem acerca dos campos de férias da paróquia em que eles tinham participado e sempre falaram com tanto entusiasmo e vivacidade, que eu fiquei logo entusiasmada com a ideia de poder participar e este ano como estava disponível e recebi o convite para participar, decidi ver como seria esta nova aventura. E digo desde já, muito obrigado e parabéns à organização e para o ano estaremos cá todos para participar outra vez! Eu recomendo vivamente, é uma semana diferente, longe da civilização (TV, Internet, telemóvel, MP3, etc), e além de tudo é óptimo para travar novas amizades e até mesmo fortalecer as amizades que já levamos de fora. Foi, sem dúvida, uma semana muito bem passada com um grande contacto com a natureza cheia de actividades e novas sensações.

PUCA - novo período de discussão pública
Câmara Municipal de Aveiro
EDITAL N.º 172/2007

ÉLIO MANUEL DELGADO MAIA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL
DE AVEIRO
Faz público na sequência da Reunião Pública de 23 de Julho de 2007, em que a Câmara Municipal de Aveiro ponderou os resultados da discussão pública do Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro, e aprovou a versão final da proposta do plano, tendo ainda deliberado a abertura de um novo período de discussão pública, face às alterações ocorridas.
No cumprimento da legislação aplicável, foi publicado o edital 713-B/2007 de 31 de Agosto, na II Série do Diário da República, a publicitar a abertura do novo período de discussão publica, a qual irá decorrer desde o dia 17 de Setembro de 2007 a 19 de Outubro de 2007.
Durante este período a proposta acompanhada do parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e dos demais pareceres emitidos, encontra-se disponível para consulta, no Departamento de Desenvolvimento e Planeamento Territorial – DDPT, no Edifício do Centro Cultural e de Congressos, sito no Cais da Fonte Nova, e nos Edifícios das Juntas de Freguesia do Município de Aveiro a seguir indicadas: Aradas; Eixo; Esgueira; Glória; Oliveirinha; Santa Joana; São Bernardo e Vera-Cruz, e ainda no site da Câmara Municipal de Aveiro (www.cm-aveiro.pt).
Os interessados, devidamente identificados, devem apresentar as suas reclamações, observações, sugestões, e pedidos de esclarecimentos, mediante requerimento dirigido ao Presidente da Câmara, com entrada no Atendimento Geral da CMA, ou através de formulário disponível no DDPT e no site da CMA..
Para constar e devidos efeitos se lavrou o presente edital e outros de igual teor, que vão ser anunciados e afixados nos lugares do estilo.
Aveiro, Câmara Municipal, 13 de Setembro de 2007
O PRESIDENTE DA CÂMARA,

Dr. Élio Manuel Delgado Maia