CELEBRAÇÃO DO DIA JUBILAR
- 11 DE DEZEMBRO DE 2011
Homilia do III Domingo
do Advento, no Cinquentenário de Nossa Senhora de Fátima
Igreja matriz de Nossa Senhora de Fátima, 11 de Dezembro de
2011
“Vivei sempre alegres,
orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias” ( 1 Tes 5, 16)
1.Estas palavras da Carta aos Tessalonicenses, hoje proclamada
na segunda leitura, situam e sintetizam perfeitamente as razões de fé, de
alegria, de gratidão e de esperança que aqui nos reúnem nesta Eucaristia.
São necessárias estas palavras, hoje, tanto quanto no tempo
de Paulo. São urgentes estas palavras ditas no coração da cidade dos homens e
sobretudo ditas para o interior do coração dos homens do nosso tempo.
Este tom imperativo de Paulo: “Vivei sempre alegres”
pode parecer-nos insensato e descabido. Também o era humanamente na cidade de
Tessalónica, como o será hoje em tantas outras cidades e terras dos homens,
sobretudo nesta Europa, envelhecida e hesitante, a viver tempos tão difíceis.
Mas S. Paulo sabia bem do que falava. Ele transportava em si as agruras da
missão e as experiências bem dolorosas de uma vida sofrida por causa das
incompreensões dos seus concidadãos, da dureza do trabalho e das inclemências
dos tempos que tornaram bem difíceis as suas viagens apostólicas. Mas S. Paulo
sabia igualmente que é possível franquear as portas de uma alegria diferente a
quantos a procuram de coração sincero.
A alegria que dura e perdura só pode brotar do milagre diário
da graça divina e da bênção que de Deus recebemos, em Cristo e pela Igreja.
Esta alegria, enraizada e firmada em Deus e fortalecida e
inspirada na fé, existe e subsiste mesmo nas circunstâncias da vida difícil. Só
este fio de alegria nascida de Deus torna possível atravessar com serenidade,
coragem e grandeza os momentos mais obscuros do coração e da vida. Precisamos
desta alegria de viver e de esperar que a fé nos dá. E porque falta a fé, falta
também a alegria e a esperança.
2.É de fé e alegria a festa que aqui nos convoca para
celebrarmos cinquenta anos da criação da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
Nestes cinquenta anos de paróquia, e vinte e cinco de
freguesia civil, encontramos múltiplas razões para lembrarmos os pioneiros e
empreendedores na sua criação que, por entre dificuldades e esforços,
constituem hoje o alicerce sólido desta comunidade, portadora de uma identidade
própria e consolidada, de que todos nos orgulhamos.
Sabemos que ao Bispo que decidiu a criação da paróquia,
antecipando-se à própria organização administrativa civil, D. Domingos da
Apresentação Fernandes, e ao Bispo que acompanhou desde o início a consolidação
da Comunidade e a construção e dedicação desta Igreja, D. Manuel de Almeida
Trindade, se deve juntar o nome, a memória e a imprescindível actuação pastoral
do Padre Artur Tavares de Almeida, seu primeiro Pároco.
Ele foi um homem vocacionado para o ministério pastoral de fazer
pontes e estabelecer laços de unidade e de comunhão. Ele foi o sacerdote
chamado pelo Bispo de então para esta entusiasmante e encantadora missão de
fazer erguer uma Igreja, que se eleva para o alto, e de, dia a dia, fazer
surgir uma Comunidade cristã em que crianças, jovens, famílias e idosos de
olhar levantado para Deus e de mãos dadas aos irmãos, abrissem o coração e a alma
aos horizontes da Igreja e do mundo.
Cinquenta anos vividos têm as marcas belas do tempo primeiro,
mas têm sobretudo a virtude do dinamismo da fé dos vossos pais e avós e de
todas as famílias cristãs da nossa paróquia. É à sua generosidade, determinação
e empenhamento que se deve o que hoje somos. É no altar da memória e do coração
que hoje aqui nos congregamos para celebrar os mistérios santos da nossa fé que
são também momento abençoado de lembrarmos os que já partiram e a esta paróquia
deram muito do que hoje somos.
Não esqueço, por entre tantos outros trabalhos realizados e
obras feitas, no campo da evangelização e da catequese, da celebração da fé e
da oração, da pastoral juvenil, familiar e vocacional, do serviço da caridade e
do cuidado e zelo com os mais pobres duas realidades de valor relevante. O
Centro Social Paroquial e as respostas dadas nas várias Valências e o Jornal
Notícias de Nariz e Fátima, que tem, com grande mérito e discernimento,
consolidado os laços que nos unem, alargando-nos aos horizontes de todos os
nossos concidadãos, dispersos pelo mundo da emigração.
3.Iniciamos hoje a terceira semana de Advento. A nossa
Caminhada Advento/Natal centra-se na família: Família, esperança e dom. Somos convidados a viver este tempo na
«escola do presépio». E somos convidados a construir o presépio introduzindo
nele a figura de José, o pai adoptivo de Jesus, com um sinal simbólico de uma
serra, um instrumento próprio da sua arte e do seu trabalho como carpinteiro.
Mas somos convidados sobretudo a admirarmo-nos contemplativos diante do
silêncio, da fé, da oração de confiança de José diante do mistério da
encarnação do Verbo no seio de Maria, sua esposa.
Como famílias, que somos, precisamos de aprender a falar com
serenidade e a escutar com silêncio; precisamos de ser contemplativos uns dos
outros; precisamos de reaprender o valor do trabalho, do esforço e da
dedicação, do serviço e também do sacrifício pelo bem comum e pela causa de
todos. S. José é hoje um necessário exemplo e um mestre a seguir.
A proximidade do Natal
diz-nos que Deus está próximo de nós e nos confia, através de seu Filho, a missão
de que nos falava a primeira leitura pela voz do profeta. Aliás foi esta mesma
palavra de Isaías que Jesus aplicou a Si mesmo no início da sua vida pública ao
entrar na Sinagoga da sua terra, em Nazaré.
4.Hoje é dia de acção de graças a Deus, pela Paróquia que
somos, como Comunidade cristã, Igreja de pedras vivas, verdadeiro povo de Deus,
e pela Igreja templo construído pelos nossos antepassados. Mas hoje é, também,
tempo de abrirmos o coração ao futuro e à missão de anunciar Jesus Cristo com
alegria, com fé e com novo encanto. Uma festa jubilar é sempre tempo de convite
à missão, vivida a partir deste chão sagrado da história e de olhar voltado
para o futuro, que diariamente nos surpreende em generosidade e nos desafia a
fazer sempre mais e melhor.
É assim, com um misto de gratidão e de esperança, que nós vivemos
este dia, centrados no altar da Eucaristia, celebrando os mistérios santos da
nossa fé, preparando o Natal e predispondo-nos para a missão. Cumpre-nos também
a nós: anunciar a boa nova, curar os atribulados, ser presença solícita e
solidária junto dos que sofrem e proclamar um ano de graça da parte do Senhor.
Esta é a missão da Igreja que anuncia, celebra e vive a
alegria da vinda de Jesus, o Salvador do mundo, ontem, hoje e sempre. Este é
igualmente o espírito evangelizado da Missão Jubilar que nos propomos desde já
preparar e viver, para que toda a Diocese se sinta envolvida e implicada nesta
processo evangelizador.
5.Que Nossa Senhora de Fátima, nossa Mãe e Padroeira, nos
fortaleça na alegria de tudo fazermos para que os sonhos dos pioneiros da
criação desta paróquia e construtores desta Igreja, diariamente, se realizem para
glória de Deus e bem de todos nós. Também aqui se cumpre o lema da nossa
Diocese: “Amar a Deus é servir”.
+António Francisco dos Santos
Bispo de Aveiro
INTERVENÇÃO DO PE JOSÉ MANUEL
PALAVRA DE SAUDAÇÃO
NAS BODAS DE OURO DA PARÓQUIA
DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara
Municipal
Ex.mo Senhor Presidente da Junta de
Freguesia
Ex.mas Entidades e Convidados
Caros Amigos e Paroquianos
Quando o Senhor Bispo me convidou para
assumir a paroquialidade de Nossa Senhora de Fátima, pôs-me ao corrente da
existência de um grupo de pessoas empenhadas em organizar as celebrações dos
cinquenta anos de vida desta paróquia. Vim, pois, já com essa intenção de dar
corpo e desenvolvimento aos trabalhos entretanto iniciados, de modo que se
empenhasse toda a paróquia para este fausto acontecimento.
Quando se olha para trás, e neste caso
para os cinquenta anos de vida de uma paróquia, podemos assumir duas atitudes:
a primeira a de olhar saudosamente para os anos passados e ficarmos felizes com
esta simples contemplação: seria uma atitude estática; a segunda, olharmos
atentamente para este conjunto de anos, para nos colocarmos na atitude de enfrentar
o futuro, tendo em conta os anos já vividos. É esta a atitude que mais me
entusiasma, pois a vida é dinamismo, é esforço, é caminhada, é acção.
Contemplar o passado, oferece-nos a história deste povo: do seu esforço e
empenhamento para fazer crescer esta paróquia e esta freguesia. Quantas
canseiras, quanto esforço, certamente também, quantas lágrimas vertidas, para
dar corpo e materializar o sonho que passou pela cabeça de tantos que nos
precederam e que já partiram para a Casa do Pai, onde receberam o justo prémio
dos seus trabalhos, e o de muitos outros que foram contemporâneos dum parto
difícil, mas gratificante, que possibilitou a este rincão de terra ser o que
hoje é. De facto, a sua maior riqueza está nas suas gentes. E isso se pode
comprovar com a adesão tão empenhada e a participação de todos nos actos que
hoje nos congregaram, desde o repicar dos sinos nas capelas dos lugares, ao
ajuntamento dos seus habitantes, à sua deslocação em “procissão” para a nossa
igreja matriz, pólo congregador e central desta nossa celebração, e esta
participação em tão numeroso número dos presentes no almoço de fraternidade e
de comunitária comunhão.
Cinquenta anos de vida, dentro do
conjunto da longa História da Igreja, é uma pequena gota no oceano: quase nem
se dá por ela. Mas para nós, constitui uma já longa vida. Contudo, queremos
mais. Por isso, faz-nos bem olhar e recordar o que foram estes cinquenta anos da
comunidade de Nossa Senhora de Fátima. Faz-nos bem olhar e celebrar o passado,
para que estes anos possam continuar a ser o incentivo, nos tempos de crise em
que se encontra a nossa sociedade, para nos convencermos que o futuro está nas
nossas mãos. Se quisermos, seremos capazes de avançar. Não o faremos sem
esforço e sacrifício. Mas a vida é isso mesmo. Diz o nosso povo e com razão: dos fracos não reza a história.
Neste breve intervalo de tempo, como
pároco, estou convencido, Senhor Bispo, que me entregou uma paróquia de gente
forte. Que quer continuar, honrada e corajosamente, a caminhar e a construir,
como os seus antepassados. Só assim serão verdadeiramente dignos da sua
história, deles herdada.
Garanti-lhes, no dia da minha tomada de
posse, que vim com o espírito aberto e decidido a caminhar com todos, a ser um
com eles. Mais uma vez, no momento em que celebramos os cinquenta anos de
paróquia, reitero esta minha decisão. Muito há a fazer; mas dificilmente se
avançará, se o tentarmos isoladamente, sem contar com a ajuda dos todos os
outros. Todos temos de pôr as mãos ao trabalho, e pela organização desta festa,
bem se pode dizer que as capacidades estão à vista de todos.
Quero, por isso agradecer, em primeiro
lugar, a presença do Senhor Bispo e a honra que nos deu em vir presidir à
Eucaristia e a este encontro festivo e comemorativo.
Ao Senhor Presidente da Câmara
Municipal, pela deferência que nos concedeu em estar connosco. Da amizade que
mantemos desde há vários anos, conto também que ela possa ser uma ajuda
preciosa de colaboração nestas terras e para estas gentes de Nossa Senhora de
Fátima.
Ao Senhor Presidente da Junta de
Freguesia quero também afirmar a minha disponibilidade para a colaboração e, ao
mesmo tempo, manifestar publicamente o meu agradecimento pela sua presença e
colaboração tão intensa e amiga nesta festa que também, de algum modo, é da freguesia.
A todas as entidades e convidados
amigos que quiseram honrar-nos com a sua presença: ela é sempre muito
gratificante. Tanto na vida pessoal como na vida colectiva nada somos sem os
amigos e sem andarmos de mãos juntas para nos apoiarmos em todas as circunstâncias.
Continuemos, pois. A nossa terra só tem a ganhar com a nossa colaboração e o
nosso esforço.
A todos vós, meus amigos, que viestes
em tão grande número para confraternizar neste dia, quero agradecer a vossa
presença. A festa é de todos, mas ela é mais festa quando todos nos reunimos e
fazemos comunidade. Conto convosco.
Por último, uma palavra de gratidão a
todos quantos estiveram na origem da organização desta festa, desde os
“Comissários”, que prepararam ao pormenor tudo o que era necessário, ao Centro
Social Paroquial, cedendo as suas instalações, até aos jovens e menos jovens
que se disponibilizaram para a cozinha, para servir às mesas, e para todo o
tipo de trabalho que foi necessário preparar: desde a liturgia, à Sala P.e
Artur, às exposições…, e concretamente, aos catequistas, aos cantores, aos
artistas que nos deliciaram com a sua representação, e tantos outros que
generosamente se disponibilizaram.
Que a todos Deus vos recompense e que
Nossa Senhora de Fátima vos sustente no seu regaço de Mãe e Padroeira nossa.
Vamos construir um pouco mais da nossa história!
SAUDAÇÃO À COMUNIDADE
D. António Francisco dos Santos
Bispo de Aveiro
Uma festa jubilar é
sempre tempo de convite para a missão
Caros Diocesanos de Nossa Senhora de Fátima:
Estamos a celebrar, com alegria e gratidão, cinquenta anos da
criação da nossa Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
Nestes cinquenta anos que percorremos como Paróquia e desde
há vinte e cinco anos como Freguesia, encontramos razões acrescidas para
agradecermos aos pioneiros da ideia, que por entre muitas dificuldades e esforços
comuns nos fez ser a Comunidade que hoje somos.
Sabemos todos que ao Bispo que decidiu a criação da Paróquia,
D. Domingos da Apresentação Fernandes, e ao Bispo que acompanhou desde o início
a consolidação da Comunidade e a construção da Igreja, D, Manuel de Almeida
Trindade, se deve juntar o nome e a memória do Padre Artur Tavares de Almeida,
o homem vocacionado para fazer pontes, estabelecer laços de unidade e alicerçar
a comunhão entre todos.
Não faltaram nunca, desde o início, cristãos decididos, disponíveis,
empenhados e generosos na missão de erguer a Igreja – templo físico, onde Deus
habita e os crentes se congregam para celebrar a fé, e de edificar a Igreja
feita das pedras vivas que somos todos nós.
É a todos, com a graça e a bênção de Deus sempre sentida e
encontrada, que hoje nós devemos a Paróquia e a Freguesia de Nossa Senhora de
Fátima, com as estruturas e serviços que a constituem, com as instituições e
organizações que a compõem, com as pessoas que desde os mais pequeninos aos
mais idosos levantam as mãos para Deus e abrem o seu coração para acolher os
tempos novos que a partir de agora somos chamados a viver. Esta é por isso para
cada um de nós uma hora de alegria e de gratidão.
Estamos a viver a IV.ª Etapa do nosso Plano Diocesano de Pastoral
rumo ao Jubileu dos setenta e cinco anos da restauração da nossa Diocese. Somos
Igreja diocesana, fraternidade de famílias que confirma a esperança, para que a
fé em Jesus Cristo seja luz a iluminar caminhos de alegria e de felicidade e as
pessoas e as famílias sintam que Deus as ama. Que também a nossa Paróquia sinta
esta alegria da fraternidade em todos os seus membros e dê visibilidade a tanto
bem que aqui se realiza.
Uma festa jubilar é sempre tempo de convite para a missão,
vivida de pés assentes no chão sagrado da história vivida e de olhar voltado
para o futuro que diariamente nos surpreende e nos desafia a fazer sempre mais
e melhor.
Não esqueço, por entre tanto trabalho realizado e obra feita,
no campo da evangelização e da formação cristã, da celebração da fé e da
oração, da pastoral juvenil, familiar e vocacional, do serviço da caridade e do
cuidado e zelo com os mais frágeis, o nosso Centro Social Paroquial e as
respostas que nas várias Valências procura dar aos que a ele acorrem.
Recordo o Editorial do nosso Jornal “Notícias de Nariz e Fátima” de há vinte e cinco anos (Setembro de
1985): “Em Fátima há lugar para todos e
todos não somos demais. Não só com a palavra justa, a sugestão adequada, a
crítica construtiva, mas também e sobretudo como o apoio e a acção esclarecida,
norteada sempre pelo bem de todos que a todos nos une e a cada um enriquece”.
Que Nossa Senhora de Fátima, nossa Padroeira, de quem a
Paróquia em permanência guarda o nome e recebe a bênção terna e materna, nos
fortaleça na alegria e na ousadia de tudo fazermos para que os sonhos dos
construtores dos alicerces da nossa Comunidade humana e cristã diariamente se
cumpram e desenvolvam para glória de Deus e bem de todos.
Aveiro, 8 de Dezembro
de 2011
Dr. Élio Manuel Delgado da Maia
Presidente da Câmara
Municipal de Aveiro
“Saudação ao Jubileu da Comunidade Paroquial de
N.ª Sr.ª de Fátima
O Município de Aveiro tem a honra de
felicitar a Comunidade Paroquial de N.ª Sr.ª de Fátima pela comemoração do
Jubileu dos 50 anos de caminhada, saudando, nesta ocasião, a memória de D.
Domingos da Apresentação Fernandes, Bispo de Aveiro responsável pela fundação
desta instituição eclesiástica. Esta é, também, a oportunidade para prestar
homenagem aos dignitários da Diocese de Aveiro, aos párocos locais e ao povo
que, irmanados pela fé e pelo intuito do bem comum, construíram, ao longo das
cinco décadas, este estimável percurso. Constitui, o presente momento, a data
de celebração e de dignificação da missão da Comunidade, cujo papel é,
reconhecidamente, muito relevante para a vivência espiritual da população
católica e preponderante para fortalecer a coesão social da parte Sul do
Concelho de Aveiro. Por isso, se almeja que o Jubileu recorde a história do
meio século passado e inspire as novas gerações, incentivando-as a dar-lhe o
devido seguimento, com o exemplo da vontade e da disponibilidade de prestar
serviço à comunidade de pertença.
Faço votos para que o Jubileu seja vivido e
festejado com muita paz e imensa alegria pela Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima,
comunidade que integra as povoações dos lugares de Mamodeiro, Póvoa do Valado,
Perajorje e Chão Velho, constituindo uma referência e um tempo de esperança e
de comunhão para as suas populações."
Pe Dr José Manuel
Marques Pereira
Pároco de Nª Sª de
Fátima
Cinquenta anos: uma
vida
A
nossa paróquia está em festa. Estamos a celebrar os seus cinquenta anos. É
motivo suficiente para olharmos para trás e verificarmos tanta coisa boa que
foi acontecendo e que se foi vivendo neste meio século de vida. Certamente, nem
tudo foi tão bom como desejaríamos. Mas, ao fazermos o balanço, todos
reconhecem que valeu a pena e que é positivo.
Valeu
a pena tanto sofrimento e tanta dificuldade. São eles que moldam a nossa vida e
lhe dão têmpera. Tornam-na forte. Dão-lhe sentido.
A
nossa paróquia, ao longo dos seus cinquenta anos de vida, teve a oportunidade
de encontrar o sentido do caminhar em comum e de crescer, de fazer comunhão, de
ser Igreja, para se tornar o que é hoje: uma comunidade viva e irmanada nos
mesmos sentimentos. Mais, com vontade de continuar a crescer e a moldar o nosso
futuro, seguindo as pegadas daqueles todos, bispos, padres, leigos, famílias,
bem como instituições, que se esforçaram para dar corpo ao sonho dos nossos
antepassados.
Aqui
estamos, hoje, a recordá-los e a dar graças a Deus pelo seu empenhamento. Mas
estamos também a dizer que queremos ser dignos herdeiros do seu espírito
empreendedor e de comunhão, construindo pontes que unam e que estreitem ainda
mais os laços de fé e de esperança que nos ligam, numa comunidade
verdadeiramente testemunha dos valores cristãos que estão na nossa matriz.
Celebramos
a nossa festa no dia em que a Diocese cumpre os seus 73 anos de restauração.
Queremos caminhar com ela, rumo ao seu jubileu, que já estamos a preparar. É
unidos a ela que queremos afirmar que nos comprometemos a ser:
Igreja, Família de Deus;
Família,
Igreja de Deus.
Antero Marques dos Santos
Presidente da Junta de Freguesia
Mobilizados pelo Jubileu Paroquial da Paróquia de
Nª Sra de Fátima é com enorme alegria que congratulamos todos os paroquianos
por este acontecimento. O caminho não foi fácil, foi preciso “aplanar” muitas
as vezes a terra, saltar barreiras e vencer obstáculos. Mas, chegados a este
ponto, foi compensador. Não esquecemos que a criação da Paróquia de Nª Sra de
Fátima foi a grande impulsionadora da criação da própria Freguesia emancipando
e valorizando os lugares da Freguesia. Esta independência valoriza as nossas
gentes e as nossas terras e cada um de nós é responsável pelo progresso e bom
entendimento entre todos. Assim, em mútua comunhão, tenhamos esperança num
futuro próspero para a Paróquia e para a Freguesia de Nª Sra de Fátima.
25 anos da Freguesia de NªSª de Fátima
O “Notícias de Nariz e
Fátima”, associando-se às comemorações da Freguesia, apresenta neste
número a segunda parte do registo festivo de Outubro. Queremos também
homenagear que tem memória da vida, da vida das pessoas, dos seus
momentos de história e da história que deixará marcas em todos os que
temos responsabilidade de, como na parábola dos talentos, colocar a
render para que outros possam usufruir também.
Publicamos, na íntegra, o discurso proferido pelo Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia na ocasião
Sr. Vice-Presidente da CMA
Sr. Dr. Girão Pereira
Sr. Dr. Alberto Souto
Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Requeixo
Sr . Manuel Branco Pontes
Sr. Membros da Assembleia F Nª Sª de Fátima
Minhas Senhoras e Meus Senhores
É dentro deste
singelo espírito de comemoração dos 25 anos da nossa Freguesia que
aproveito para, em nome do povo desta Freguesia de Nª Sª de Fátima, vos
saudar com gratidão e amizade. Digo com gratidão e amizade porque estou
convicto que todos vós, aqui presentes, de um modo ou de outro
contribuístes para que esta terra progredisse ao longo destes 25 anos.
Também com esse
espírito de contribuição vou partilhar convosco algumas breves notas
históricas e simultaneamente referências de homenagem àqueles que com
amor a esta terra partilharam o seu património, o seu trabalho, a
dedicação e a doação de muitas horas de lutas para porem de pé esta
Freguesia.
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Até ao Liberalismo, com a revolução liberal de 1820, “freguesia” e “paróquia” são sinónimos (à semelhança de “concelho” e “município”), não havendo uma estrutura civil separada da estrutura eclesiástica. Nesses tempos, o termo «freguês» servia para designar os paroquianos, que eram, por assim dizer, «fregueses» do pároco.
Só com a reforma administrativa de 1835, surgem pela rimeira vez como órgãos administrativos, as freguesias,
tendo como órgãos a Junta de Paróquia, eleita, e o Comissário de
Paróquia, escolhido pelo administrador de concelho de entre três nomes
indicados pela respectiva Junta de Paróquia. Esta estrutura civil da
Junta de Paróquia, surge assim autonomizada da estrutura eclesiástica;
os seus limites territoriais, no entanto, eram geralmente coincidentes
com os das paróquias eclesiásticas que vinham desde a Idade Média.
No ano de 1916, com a
Lei n.º 621, de 23 de Junho de 1916, as paróquias civis passam a
designar-se freguesias (e a Junta de Paróquia passa a designar-se Junta
de Freguesia), fixando-se assim a diferença entre a estrutura civil
(freguesia) e a estrutura eclesiástica (paróquia). Contudo, em linguagem
popular, é vulgar falar-se da pertença a determinada freguesia quando,
de facto, se pretende falar da pertença a uma comunidade paroquiana.
Lembrei aqui, estas
notas históricas porque acho que têm a ver com a origem e criação da
nossa Freguesia. A freguesia religiosa proporcionou a criação da civil.
Como sabem a paróquia
de Nª Sª de Fátima existe desde 13-8-1960 e desde essa data que se
começou a pensar não só na vertente religiosa, mas a pensar e sonhar com
o dia em que esta comunidade dos lugares de Mamodeiro, Perajorge e
Póvoa do Valado seriam Freguesia administrativa. Em 1972 chegou a
proceder-se à recolha de assinaturas nos lugares, mas a iniciativa não
resultou.
Temos de transmitir aos vindouros que à sombra da Igreja Paroquial nasceu a tão desejada Freguesia de Nª Sª de Fátima.
Os homens de há 50
anos trabalharam afincadamente para, do nada, porem de pé, a estrutura
eclesiástica. Por entre esse trabalho de construtores de almas foram
simultaneamente chamando a atenção para o aparecimento de uma comunidade
como povo independente, mas responsável e comprometido com o
desenvolvimento harmonioso da comunidade local. O seu fim último era de
proporcionar bem–estar e boa qualidade de vida à população.
Recordando e
prestando a nossa homenagem de gratidão a esses homens, trabalhadores e
lutadores incansáveis em prol das suas gentes, não podemos começar sem
fazer referência ao Pe Artur Tavares de Almeida. Homem obreiro da
paróquia mas que não deixava de se interessar pela criação das
estruturas civis desde que isso contribuísse para o bem-estar das suas
gentes. Por isso enquanto esteve ao serviço destas gentes sempre foi
impulsionador do desenvolvimento de obras comuns. “homem de fé profunda, teimoso e difícil; mas os homens precisam de ser teimosos e difíceis”,
penso ser esta a caracterização feita pelo então Presidente da
C.M.A.Dr. Girão Pereira acerca do saudoso Pe Artur. Todos nós sabemos
que quando ia para a CMA, não vinha de lá sem ser recebido e sem ter o
problema resolvido, nem que para isso estivesse lá o dia todo.
Sr. José Augusto de Oliveira,
da Póvoa do Valado, foi Presidente da Junta de Requeixo, antes do 25 de
Abril de 74 e a ele se devem duas tentativas de criação da Freguesia
Civil.
Temos que recordar ainda aqueles que se despojaram dos seus bens para os porem ao serviço da comunidade civil e religiosa.
Sr. Manuel Simões Tomás (Capela),da Póvoa do Valado, doou o terreno onde se encontram a sede da Junta, Salão e Posto médico.
Recordo ainda mais
três nomes, que doando bens para a implantação da paróquia,
indirectamente muito contribuíram para a criação da freguesia. Sr. José Marques Mostardinha, foi o primeiro a pôr à disposição da comunidade um terreno para a construção da Igreja. D. Maria dos Prazeres Ferreira,
natural de Eixo mas casada na Póvoa do Valado, doou as suas
propriedades que vendidas reverteram para a construção da residência
Paroquial e 1ªs prestações da Igreja Matriz. Sr. Ernesto Heleno, da Póvoa do Valado, doou a terra onde se encontra a residência paroquial.
Outros houve que colaboraram, enquanto representantes destas gentes, na Freguesia de Requeixo após o 25 de Abril
Sr.César Marques Dias,
da Póvoa do Valado, foi membro da Junta de Freguesia de Requeixo. Foi
devido ao interesse e trabalho do Sr. César que em 1979 foi publicado no
Diário da República o projecto lei da criação da Freguesia de Nª Sª de
Fátima, por iniciativa do CDS.
Sr.Jaime Vieira de Carvalho e Silva; de Mamodeiro, foi presidente da Assembleia de Freguesia.
Viriato Simões Bodas, de Mamodeiro, foi secretário da Junta de Freguesia.
Deve referir-se ainda o trabalho desenvolvido pela Comissão Instaladora, que teve a tarefa de preparar todo o processo de transição até às novas eleições. Fizeram parte desta Comissão: António
Vidal Simões Lisboa, Porfírio Vieira Carvalho e Silva, Manuel Valente
dos Santos, Antero Marques dos Santos, Mário Santos Silva, António
Vieira Mostardinha e Manuel Rodrigues Maia.
Cabe aqui também uma palavra de profunda gratidão ao então Presidente da CMA, Dr. Girão Pereira,
pelo apoio e por toda a dedicação que sempre demonstrou no processo da
criação da nova Freguesia. Aquando das obras sempre encontrou maneiras
de ajudar esta freguesia, desde a disponibilização dos técnicos até à
disponibilidade financeira sem a qual nada disto se teria feito. Acima
de tudo pelo relacionamento humano como tratou estas gentes. Da forma
coma acolheu as iniciativas, como aceitou as incompreensões e tentou que
tudo chegasse a bom termo e a contento de todos.
Ao Engº Victor Silva
pela dedicação no acompanhamento das obras, pela maneira como recebia
as pessoas ligadas à freguesia, pelo interesse que manifestava e
sobretudo pela resolução dos problemas que surgiam e que aqui localmente
não se conseguiam solucionar.
Ao Sr. Manuel Branco Pontes,
à época Presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, homem franco, de
saber ouvir e ponderado no dizer, teve um papel muito importante com as
posições que tomou pois não é fácil geriu uma comunidade que vê separar
uma parte significativa. A sua contribuição foi importante para esta
transição já que a criação da nova freguesia não foi do agrado de toda a
população.
A criação da
Freguesia de Nª Sª de Fátima foi aprovada pela Assembleia da República,
na sua Sessão Plenária do dia 11-7-85. Entrou oficialmente em vigor com a
publicação da Lei nº 104/85 de 4.10.85. no DR- 229- I série a 4.10.85.
Até então os lugares
de Mamodeiro, Perajorge e Póvoa do Valado pertenceram à Freguesia de
Requeixo, freguesia de origem longínqua que em 1209 já era referenciada
no relatório das Igrejas da diocese de Coimbra. A freguesia de Requeixo
foi em tempos a maior do concelho de Aveiro. A partir dela já se tinham
desanexado anteriormente outras duas outras freguesias: Fermentelos e
Nariz. E em 1985 a separação dos lugares de Mamodeiro, Perajorge e Povoa
do Valado para a constituição da actual freguesia de Nª Sª de Fátima.
No período efectivo
da Freguesia de Nª Sª de Fátima já integraram os órgãos da Freguesia
mais de 80 autarcas. Até à presente data já foram eleitos sete órgãos
executivos (Junta de Freguesia), com três remodelações e simultaneamente
outros tantos órgãos deliberativos (Assembleia de Freguesia).
Os Presidentes de Junta desde então foram:
Porfirio Vieira Carvalho e Silva (1º e 2º)
Fernando Vieira Ferreira (4º e 5º)
Luís Claro de Jesus (6º)
Presidentes da Assembleia de Freguesia
Antero Marques dos Santos (1ª)
António Vidal Simões Lisboa (2ª)
Manuel Dias Simões Vieira (3ª, 6ª e 7ª)
Manuel Ferreira Valente (4ª e 5ª)
Estes executivos
trabalharam com os executivos municipais presididos pelo Dr. Girão
Pereira, Pof. Celso Santos, Dr. Alberto Souto e Dr.Élio Maia. A estes
Presidentes o nosso agradecimento pela colaboração dada a esta
Freguesia.
A todos os referidos e
aos muitos outros que de um modo ou outro contribuíram para o
engrandecimento da nossa terra a nossa profunda gratidão
Nossa Senhora de Fátima é uma freguesia portuguesa do concelho de Aveiro, com 12,44 km² de área e 1 924 habitantes (2011). Densidade: 154,7 hab/km².
A criação da freguesia foi aprovada pela Assembleia da República, em 11
de Julho de 1985, a lei que criou a freguesia de Nossa Senhora de
Fátima, no concelho de Aveiro.
É uma das poucas freguesias suburbanas ou rurais cuja sede não
corresponde ao nome autárquico. O edificio da junta de freguesia fica
situada entre os dois lugares que compõem a mesma edilidade, a saber, Mamodeiro e Póvoa do Valado.
Paróquia de Nª Sª de Fátima
Criada em 13 de Agosto de 1960, por D. Domingos da Apresentação Fernandes, Bispo de Aveiro
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