Nª Sª de Fátima desde 1960

CELEBRAÇÃO DO DIA JUBILAR
- 11 DE DEZEMBRO DE 2011



Homilia do III Domingo do Advento, no Cinquentenário de Nossa Senhora de Fátima

Igreja matriz de Nossa Senhora de Fátima, 11 de Dezembro de 2011


“Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias” ( 1 Tes 5, 16)

1.Estas palavras da Carta aos Tessalonicenses, hoje proclamada na segunda leitura, situam e sintetizam perfeitamente as razões de fé, de alegria, de gratidão e de esperança que aqui nos reúnem nesta Eucaristia.

São necessárias estas palavras, hoje, tanto quanto no tempo de Paulo. São urgentes estas palavras ditas no coração da cidade dos homens e sobretudo ditas para o interior do coração dos homens do nosso tempo.

Este tom imperativo de Paulo: Vivei sempre alegres pode parecer-nos insensato e descabido. Também o era humanamente na cidade de Tessalónica, como o será hoje em tantas outras cidades e terras dos homens, sobretudo nesta Europa, envelhecida e hesitante, a viver tempos tão difíceis. Mas S. Paulo sabia bem do que falava. Ele transportava em si as agruras da missão e as experiências bem dolorosas de uma vida sofrida por causa das incompreensões dos seus concidadãos, da dureza do trabalho e das inclemências dos tempos que tornaram bem difíceis as suas viagens apostólicas. Mas S. Paulo sabia igualmente que é possível franquear as portas de uma alegria diferente a quantos a procuram de coração sincero.

A alegria que dura e perdura só pode brotar do milagre diário da graça divina e da bênção que de Deus recebemos, em Cristo e pela Igreja.

Esta alegria, enraizada e firmada em Deus e fortalecida e inspirada na fé, existe e subsiste mesmo nas circunstâncias da vida difícil. Só este fio de alegria nascida de Deus torna possível atravessar com serenidade, coragem e grandeza os momentos mais obscuros do coração e da vida. Precisamos desta alegria de viver e de esperar que a fé nos dá. E porque falta a fé, falta também a alegria e a esperança.

2.É de fé e alegria a festa que aqui nos convoca para celebrarmos cinquenta anos da criação da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.

Nestes cinquenta anos de paróquia, e vinte e cinco de freguesia civil, encontramos múltiplas razões para lembrarmos os pioneiros e empreendedores na sua criação que, por entre dificuldades e esforços, constituem hoje o alicerce sólido desta comunidade, portadora de uma identidade própria e consolidada, de que todos nos orgulhamos.

Sabemos que ao Bispo que decidiu a criação da paróquia, antecipando-se à própria organização administrativa civil, D. Domingos da Apresentação Fernandes, e ao Bispo que acompanhou desde o início a consolidação da Comunidade e a construção e dedicação desta Igreja, D. Manuel de Almeida Trindade, se deve juntar o nome, a memória e a imprescindível actuação pastoral do Padre Artur Tavares de Almeida, seu primeiro Pároco.

Ele foi um homem vocacionado para o ministério pastoral de fazer pontes e estabelecer laços de unidade e de comunhão. Ele foi o sacerdote chamado pelo Bispo de então para esta entusiasmante e encantadora missão de fazer erguer uma Igreja, que se eleva para o alto, e de, dia a dia, fazer surgir uma Comunidade cristã em que crianças, jovens, famílias e idosos de olhar levantado para Deus e de mãos dadas aos irmãos, abrissem o coração e a alma aos horizontes da Igreja e do mundo.

Cinquenta anos vividos têm as marcas belas do tempo primeiro, mas têm sobretudo a virtude do dinamismo da fé dos vossos pais e avós e de todas as famílias cristãs da nossa paróquia. É à sua generosidade, determinação e empenhamento que se deve o que hoje somos. É no altar da memória e do coração que hoje aqui nos congregamos para celebrar os mistérios santos da nossa fé que são também momento abençoado de lembrarmos os que já partiram e a esta paróquia deram muito do que hoje somos.

Não esqueço, por entre tantos outros trabalhos realizados e obras feitas, no campo da evangelização e da catequese, da celebração da fé e da oração, da pastoral juvenil, familiar e vocacional, do serviço da caridade e do cuidado e zelo com os mais pobres duas realidades de valor relevante. O Centro Social Paroquial e as respostas dadas nas várias Valências e o Jornal Notícias de Nariz e Fátima, que tem, com grande mérito e discernimento, consolidado os laços que nos unem, alargando-nos aos horizontes de todos os nossos concidadãos, dispersos pelo mundo da emigração.

3.Iniciamos hoje a terceira semana de Advento. A nossa Caminhada Advento/Natal centra-se na família: Família, esperança e dom. Somos convidados a viver este tempo na «escola do presépio». E somos convidados a construir o presépio introduzindo nele a figura de José, o pai adoptivo de Jesus, com um sinal simbólico de uma serra, um instrumento próprio da sua arte e do seu trabalho como carpinteiro. Mas somos convidados sobretudo a admirarmo-nos contemplativos diante do silêncio, da fé, da oração de confiança de José diante do mistério da encarnação do Verbo no seio de Maria, sua esposa.

Como famílias, que somos, precisamos de aprender a falar com serenidade e a escutar com silêncio; precisamos de ser contemplativos uns dos outros; precisamos de reaprender o valor do trabalho, do esforço e da dedicação, do serviço e também do sacrifício pelo bem comum e pela causa de todos. S. José é hoje um necessário exemplo e um mestre a seguir.

 A proximidade do Natal diz-nos que Deus está próximo de nós e nos confia, através de seu Filho, a missão de que nos falava a primeira leitura pela voz do profeta. Aliás foi esta mesma palavra de Isaías que Jesus aplicou a Si mesmo no início da sua vida pública ao entrar na Sinagoga da sua terra, em Nazaré.

4.Hoje é dia de acção de graças a Deus, pela Paróquia que somos, como Comunidade cristã, Igreja de pedras vivas, verdadeiro povo de Deus, e pela Igreja templo construído pelos nossos antepassados. Mas hoje é, também, tempo de abrirmos o coração ao futuro e à missão de anunciar Jesus Cristo com alegria, com fé e com novo encanto. Uma festa jubilar é sempre tempo de convite à missão, vivida a partir deste chão sagrado da história e de olhar voltado para o futuro, que diariamente nos surpreende em generosidade e nos desafia a fazer sempre mais e melhor.

É assim, com um misto de gratidão e de esperança, que nós vivemos este dia, centrados no altar da Eucaristia, celebrando os mistérios santos da nossa fé, preparando o Natal e predispondo-nos para a missão. Cumpre-nos também a nós: anunciar a boa nova, curar os atribulados, ser presença solícita e solidária junto dos que sofrem e proclamar um ano de graça da parte do Senhor.

Esta é a missão da Igreja que anuncia, celebra e vive a alegria da vinda de Jesus, o Salvador do mundo, ontem, hoje e sempre. Este é igualmente o espírito evangelizado da Missão Jubilar que nos propomos desde já preparar e viver, para que toda a Diocese se sinta envolvida e implicada nesta processo evangelizador.

5.Que Nossa Senhora de Fátima, nossa Mãe e Padroeira, nos fortaleça na alegria de tudo fazermos para que os sonhos dos pioneiros da criação desta paróquia e construtores desta Igreja, diariamente, se realizem para glória de Deus e bem de todos nós. Também aqui se cumpre o lema da nossa Diocese: “Amar a Deus é servir”.

+António Francisco dos Santos

Bispo de Aveiro


INTERVENÇÃO DO PE JOSÉ MANUEL



PALAVRA DE SAUDAÇÃO
NAS BODAS DE OURO DA PARÓQUIA
DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA


Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal
Ex.mo Senhor Presidente da Junta de Freguesia
Ex.mas Entidades e Convidados
Caros Amigos e Paroquianos

         Quando o Senhor Bispo me convidou para assumir a paroquialidade de Nossa Senhora de Fátima, pôs-me ao corrente da existência de um grupo de pessoas empenhadas em organizar as celebrações dos cinquenta anos de vida desta paróquia. Vim, pois, já com essa intenção de dar corpo e desenvolvimento aos trabalhos entretanto iniciados, de modo que se empenhasse toda a paróquia para este fausto acontecimento.
         Quando se olha para trás, e neste caso para os cinquenta anos de vida de uma paróquia, podemos assumir duas atitudes: a primeira a de olhar saudosamente para os anos passados e ficarmos felizes com esta simples contemplação: seria uma atitude estática; a segunda, olharmos atentamente para este conjunto de anos, para nos colocarmos na atitude de enfrentar o futuro, tendo em conta os anos já vividos. É esta a atitude que mais me entusiasma, pois a vida é dinamismo, é esforço, é caminhada, é acção. Contemplar o passado, oferece-nos a história deste povo: do seu esforço e empenhamento para fazer crescer esta paróquia e esta freguesia. Quantas canseiras, quanto esforço, certamente também, quantas lágrimas vertidas, para dar corpo e materializar o sonho que passou pela cabeça de tantos que nos precederam e que já partiram para a Casa do Pai, onde receberam o justo prémio dos seus trabalhos, e o de muitos outros que foram contemporâneos dum parto difícil, mas gratificante, que possibilitou a este rincão de terra ser o que hoje é. De facto, a sua maior riqueza está nas suas gentes. E isso se pode comprovar com a adesão tão empenhada e a participação de todos nos actos que hoje nos congregaram, desde o repicar dos sinos nas capelas dos lugares, ao ajuntamento dos seus habitantes, à sua deslocação em “procissão” para a nossa igreja matriz, pólo congregador e central desta nossa celebração, e esta participação em tão numeroso número dos presentes no almoço de fraternidade e de comunitária comunhão.
         Cinquenta anos de vida, dentro do conjunto da longa História da Igreja, é uma pequena gota no oceano: quase nem se dá por ela. Mas para nós, constitui uma já longa vida. Contudo, queremos mais. Por isso, faz-nos bem olhar e recordar o que foram estes cinquenta anos da comunidade de Nossa Senhora de Fátima. Faz-nos bem olhar e celebrar o passado, para que estes anos possam continuar a ser o incentivo, nos tempos de crise em que se encontra a nossa sociedade, para nos convencermos que o futuro está nas nossas mãos. Se quisermos, seremos capazes de avançar. Não o faremos sem esforço e sacrifício. Mas a vida é isso mesmo. Diz o nosso povo e com razão: dos fracos não reza a história.
         Neste breve intervalo de tempo, como pároco, estou convencido, Senhor Bispo, que me entregou uma paróquia de gente forte. Que quer continuar, honrada e corajosamente, a caminhar e a construir, como os seus antepassados. Só assim serão verdadeiramente dignos da sua história, deles herdada.
         Garanti-lhes, no dia da minha tomada de posse, que vim com o espírito aberto e decidido a caminhar com todos, a ser um com eles. Mais uma vez, no momento em que celebramos os cinquenta anos de paróquia, reitero esta minha decisão. Muito há a fazer; mas dificilmente se avançará, se o tentarmos isoladamente, sem contar com a ajuda dos todos os outros. Todos temos de pôr as mãos ao trabalho, e pela organização desta festa, bem se pode dizer que as capacidades estão à vista de todos.
         Quero, por isso agradecer, em primeiro lugar, a presença do Senhor Bispo e a honra que nos deu em vir presidir à Eucaristia e a este encontro festivo e comemorativo.
         Ao Senhor Presidente da Câmara Municipal, pela deferência que nos concedeu em estar connosco. Da amizade que mantemos desde há vários anos, conto também que ela possa ser uma ajuda preciosa de colaboração nestas terras e para estas gentes de Nossa Senhora de Fátima.
         Ao Senhor Presidente da Junta de Freguesia quero também afirmar a minha disponibilidade para a colaboração e, ao mesmo tempo, manifestar publicamente o meu agradecimento pela sua presença e colaboração tão intensa e amiga nesta festa que também, de algum modo, é da freguesia.
         A todas as entidades e convidados amigos que quiseram honrar-nos com a sua presença: ela é sempre muito gratificante. Tanto na vida pessoal como na vida colectiva nada somos sem os amigos e sem andarmos de mãos juntas para nos apoiarmos em todas as circunstâncias. Continuemos, pois. A nossa terra só tem a ganhar com a nossa colaboração e o nosso esforço.
         A todos vós, meus amigos, que viestes em tão grande número para confraternizar neste dia, quero agradecer a vossa presença. A festa é de todos, mas ela é mais festa quando todos nos reunimos e fazemos comunidade. Conto convosco.
         Por último, uma palavra de gratidão a todos quantos estiveram na origem da organização desta festa, desde os “Comissários”, que prepararam ao pormenor tudo o que era necessário, ao Centro Social Paroquial, cedendo as suas instalações, até aos jovens e menos jovens que se disponibilizaram para a cozinha, para servir às mesas, e para todo o tipo de trabalho que foi necessário preparar: desde a liturgia, à Sala P.e Artur, às exposições…, e concretamente, aos catequistas, aos cantores, aos artistas que nos deliciaram com a sua representação, e tantos outros que generosamente se disponibilizaram.
         Que a todos Deus vos recompense e que Nossa Senhora de Fátima vos sustente no seu regaço de Mãe e Padroeira nossa.






Vamos construir um pouco mais da nossa história!
                   Um convite:
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SAUDAÇÃO À COMUNIDADE

D. António Francisco dos Santos

Bispo de Aveiro


Uma festa jubilar é sempre tempo de convite para a missão


Caros Diocesanos de Nossa Senhora de Fátima:
Estamos a celebrar, com alegria e gratidão, cinquenta anos da criação da nossa Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
Nestes cinquenta anos que percorremos como Paróquia e desde há vinte e cinco anos como Freguesia, encontramos razões acrescidas para agradecermos aos pioneiros da ideia, que por entre muitas dificuldades e esforços comuns nos fez ser a Comunidade que hoje somos.
Sabemos todos que ao Bispo que decidiu a criação da Paróquia, D. Domingos da Apresentação Fernandes, e ao Bispo que acompanhou desde o início a consolidação da Comunidade e a construção da Igreja, D, Manuel de Almeida Trindade, se deve juntar o nome e a memória do Padre Artur Tavares de Almeida, o homem vocacionado para fazer pontes, estabelecer laços de unidade e alicerçar a comunhão entre todos.
Não faltaram nunca, desde o início, cristãos decididos, disponíveis, empenhados e generosos na missão de erguer a Igreja – templo físico, onde Deus habita e os crentes se congregam para celebrar a fé, e de edificar a Igreja feita das pedras vivas que somos todos nós.
É a todos, com a graça e a bênção de Deus sempre sentida e encontrada, que hoje nós devemos a Paróquia e a Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, com as estruturas e serviços que a constituem, com as instituições e organizações que a compõem, com as pessoas que desde os mais pequeninos aos mais idosos levantam as mãos para Deus e abrem o seu coração para acolher os tempos novos que a partir de agora somos chamados a viver. Esta é por isso para cada um de nós uma hora de alegria e de gratidão.
Estamos a viver a IV.ª Etapa do nosso Plano Diocesano de Pastoral rumo ao Jubileu dos setenta e cinco anos da restauração da nossa Diocese. Somos Igreja diocesana, fraternidade de famílias que confirma a esperança, para que a fé em Jesus Cristo seja luz a iluminar caminhos de alegria e de felicidade e as pessoas e as famílias sintam que Deus as ama. Que também a nossa Paróquia sinta esta alegria da fraternidade em todos os seus membros e dê visibilidade a tanto bem que aqui se realiza.
Uma festa jubilar é sempre tempo de convite para a missão, vivida de pés assentes no chão sagrado da história vivida e de olhar voltado para o futuro que diariamente nos surpreende e nos desafia a fazer sempre mais e melhor.
Não esqueço, por entre tanto trabalho realizado e obra feita, no campo da evangelização e da formação cristã, da celebração da fé e da oração, da pastoral juvenil, familiar e vocacional, do serviço da caridade e do cuidado e zelo com os mais frágeis, o nosso Centro Social Paroquial e as respostas que nas várias Valências procura dar aos que a ele acorrem.
Recordo o Editorial do nosso Jornal “Notícias de Nariz e Fátima” de há vinte e cinco anos (Setembro de 1985): “Em Fátima há lugar para todos e todos não somos demais. Não só com a palavra justa, a sugestão adequada, a crítica construtiva, mas também e sobretudo como o apoio e a acção esclarecida, norteada sempre pelo bem de todos que a todos nos une e a cada um enriquece”.
Que Nossa Senhora de Fátima, nossa Padroeira, de quem a Paróquia em permanência guarda o nome e recebe a bênção terna e materna, nos fortaleça na alegria e na ousadia de tudo fazermos para que os sonhos dos construtores dos alicerces da nossa Comunidade humana e cristã diariamente se cumpram e desenvolvam para glória de Deus e bem de todos.
Aveiro, 8 de Dezembro de 2011



 Dr. Élio Manuel Delgado da Maia

Presidente da Câmara Municipal de Aveiro


 

“Saudação ao Jubileu da Comunidade Paroquial de N.ª Sr.ª de Fátima

 O Município de Aveiro tem a honra de felicitar a Comunidade Paroquial de N.ª Sr.ª de Fátima pela comemoração do Jubileu dos 50 anos de caminhada, saudando, nesta ocasião, a memória de D. Domingos da Apresentação Fernandes, Bispo de Aveiro responsável pela fundação desta instituição eclesiástica. Esta é, também, a oportunidade para prestar homenagem aos dignitários da Diocese de Aveiro, aos párocos locais e ao povo que, irmanados pela fé e pelo intuito do bem comum, construíram, ao longo das cinco décadas, este estimável percurso. Constitui, o presente momento, a data de celebração e de dignificação da missão da Comunidade, cujo papel é, reconhecidamente, muito relevante para a vivência espiritual da população católica e preponderante para fortalecer a coesão social da parte Sul do Concelho de Aveiro. Por isso, se almeja que o Jubileu recorde a história do meio século passado e inspire as novas gerações, incentivando-as a dar-lhe o devido seguimento, com o exemplo da vontade e da disponibilidade de prestar serviço à comunidade de pertença.

Faço votos para que o Jubileu seja vivido e festejado com muita paz e imensa alegria pela Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima, comunidade que integra as povoações dos lugares de Mamodeiro, Póvoa do Valado, Perajorje e Chão Velho, constituindo uma referência e um tempo de esperança e de comunhão para as suas populações."


Pe Dr José Manuel Marques Pereira

Pároco de Nª Sª de Fátima



Cinquenta anos: uma vida





                A nossa paróquia está em festa. Estamos a celebrar os seus cinquenta anos. É motivo suficiente para olharmos para trás e verificarmos tanta coisa boa que foi acontecendo e que se foi vivendo neste meio século de vida. Certamente, nem tudo foi tão bom como desejaríamos. Mas, ao fazermos o balanço, todos reconhecem que valeu a pena e que é positivo.

                Valeu a pena tanto sofrimento e tanta dificuldade. São eles que moldam a nossa vida e lhe dão têmpera. Tornam-na forte. Dão-lhe sentido.

                A nossa paróquia, ao longo dos seus cinquenta anos de vida, teve a oportunidade de encontrar o sentido do caminhar em comum e de crescer, de fazer comunhão, de ser Igreja, para se tornar o que é hoje: uma comunidade viva e irmanada nos mesmos sentimentos. Mais, com vontade de continuar a crescer e a moldar o nosso futuro, seguindo as pegadas daqueles todos, bispos, padres, leigos, famílias, bem como instituições, que se esforçaram para dar corpo ao sonho dos nossos antepassados.

                Aqui estamos, hoje, a recordá-los e a dar graças a Deus pelo seu empenhamento. Mas estamos também a dizer que queremos ser dignos herdeiros do seu espírito empreendedor e de comunhão, construindo pontes que unam e que estreitem ainda mais os laços de fé e de esperança que nos ligam, numa comunidade verdadeiramente testemunha dos valores cristãos que estão na nossa matriz.

                Celebramos a nossa festa no dia em que a Diocese cumpre os seus 73 anos de restauração. Queremos caminhar com ela, rumo ao seu jubileu, que já estamos a preparar. É unidos a ela que queremos afirmar que nos comprometemos a ser:

Igreja, Família de Deus;

Família, Igreja de Deus.


Antero Marques dos Santos

Presidente da Junta de Freguesia

Mobilizados pelo Jubileu Paroquial da Paróquia de Nª Sra de Fátima é com enorme alegria que congratulamos todos os paroquianos por este acontecimento. O caminho não foi fácil, foi preciso “aplanar” muitas as vezes a terra, saltar barreiras e vencer obstáculos. Mas, chegados a este ponto, foi compensador. Não esquecemos que a criação da Paróquia de Nª Sra de Fátima foi a grande impulsionadora da criação da própria Freguesia emancipando e valorizando os lugares da Freguesia. Esta independência valoriza as nossas gentes e as nossas terras e cada um de nós é responsável pelo progresso e bom entendimento entre todos. Assim, em mútua comunhão, tenhamos esperança num futuro próspero para a Paróquia e para a Freguesia de Nª Sra de Fátima.

25 anos da Freguesia de NªSª de Fátima
O “Notícias de Nariz e Fátima”, associando-se às comemorações da Freguesia, apresenta neste número a segunda parte do registo festivo de Outubro. Queremos também homenagear que tem memória da vida, da vida das pessoas, dos seus momentos de história e da história que deixará marcas em todos os que temos responsabilidade de, como na parábola dos talentos, colocar a render para que outros possam usufruir também.
Publicamos, na íntegra, o discurso proferido pelo Senhor Presidente da Assembleia de Freguesiaimage na ocasião
Sr. Vice-Presidente da CMA
Sr. Dr. Girão Pereira
Sr. Dr. Alberto Souto
imageSr. Presidente da Junta de Freguesia de Nª Sª de Fátima
Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Requeixo
Sr . Manuel Branco Pontes
Sr. Membros da Assembleia F Nª Sª de Fátima
 
Minhas Senhoras e Meus Senhores
É dentro deste singelo espírito de comemoração dos 25 anos da nossa Freguesia que aproveito para, em nome do povo desta Freguesia de Nª Sª de Fátima, vos saudar com gratidão e amizade. Digo com gratidão e amizade porque estou convicto que todos vós, aqui presentes, de um modo ou de outro contribuístes para que esta terra progredisse ao longo destes 25 anos.
Também com esse espírito de contribuição vou partilhar convosco algumas breves notas históricas e simultaneamente referências de homenagem àqueles que com amor a esta terra partilharam o seu património, o seu trabalho, a dedicação e a doação de muitas horas de lutas para porem de pé esta Freguesia.
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Até ao Liberalismo, com a revolução liberal de 1820, “freguesia” e “paróquia” são sinónimos (à semelhança de “concelho” e “município”), não havendo uma estrutura civil separada da estrutura eclesiástica. Nesses tempos, o termo «freguês» servia para designar os paroquianos, que eram, por assim dizer, «fregueses» do pároco.
Só com a reforma administrativa de 1835, surgem pela rimeira vez como órgãos administrativos, as freguesias, tendo como órgãos a Junta de Paróquia, eleita, e o Comissário de Paróquia, escolhido pelo administrador de concelho de entre três nomes indicados pela respectiva Junta de Paróquia. Esta estrutura civil da Junta de Paróquia, surge assim autonomizada da estrutura eclesiástica; os seus limites territoriais, no entanto, eram geralmente coincidentes com os das paróquias eclesiásticas que vinham desde a Idade Média.
No ano de 1916, com a Lei n.º 621, de 23 de Junho de 1916, as paróquias civis passam a designar-se freguesias (e a Junta de Paróquia passa a designar-se Junta de Freguesia), fixando-se assim a diferença entre a estrutura civil (freguesia) e a estrutura eclesiástica (paróquia). Contudo, em linguagem popular, é vulgar falar-se da pertença a determinada freguesia quando, de facto, se pretende falar da pertença a uma comunidade paroquiana.
Lembrei aqui, estas notas históricas porque acho que têm a ver com a origem e criação da nossa Freguesia. A freguesia religiosa proporcionou a criação da civil.
Como sabem a paróquia de Nª Sª de Fátima existe desde 13-8-1960 e desde essa data que se começou a pensar não só na vertente religiosa, mas a pensar e sonhar com o dia em que esta comunidade dos lugares de Mamodeiro, Perajorge e Póvoa do Valado seriam Freguesia administrativa. Em 1972 chegou a proceder-se à recolha de assinaturas nos lugares, mas a iniciativa não resultou.
Temos de transmitir aos vindouros que à sombra da Igreja Paroquial nasceu a tão desejada Freguesia de Nª Sª de Fátima.
Os homens de há 50 anos trabalharam afincadamente para, do nada, porem de pé, a estrutura eclesiástica. Por entre esse trabalho de construtores de almas foram simultaneamente chamando a atenção para o aparecimento de uma comunidade como povo independente, mas responsável e comprometido com o desenvolvimento harmonioso da comunidade local. O seu fim último era de proporcionar bem–estar e boa qualidade de vida à população.
Recordando e prestando a nossa homenagem de gratidão a esses homens, trabalhadores e lutadores incansáveis em prol das suas gentes, não podemos começar sem fazer referência ao Pe Artur Tavares de Almeida. Homem obreiro da paróquia mas que não deixava de se interessar pela criação das estruturas civis desde que isso contribuísse para o bem-estar das suas gentes. Por isso enquanto esteve ao serviço destas gentes sempre foi impulsionador do desenvolvimento de obras comuns. “homem de fé profunda, teimoso e difícil; mas os homens precisam de ser teimosos e difíceis”, penso ser esta a caracterização feita pelo então Presidente da C.M.A.Dr. Girão Pereira acerca do saudoso Pe Artur. Todos nós sabemos que quando ia para a CMA, não vinha de lá sem ser recebido e sem ter o problema resolvido, nem que para isso estivesse lá o dia todo.
Sr. José Augusto de Oliveira, da Póvoa do Valado, foi Presidente da Junta de Requeixo, antes do 25 de Abril de 74 e a ele se devem duas tentativas de criação da Freguesia Civil.
Temos que recordar ainda aqueles que se despojaram dos seus bens para os porem ao serviço da comunidade civil e religiosa.
Sr. Manuel Simões Tomás (Capela),da Póvoa do Valado, doou o terreno onde se encontram a sede da Junta, Salão e Posto médico.
Recordo ainda mais três nomes, que doando bens para a implantação da paróquia, indirectamente muito contribuíram para a criação da freguesia. Sr. José Marques Mostardinha, foi o primeiro a pôr à disposição da comunidade um terreno para a construção da Igreja. D. Maria dos Prazeres Ferreira, natural de Eixo mas casada na Póvoa do Valado, doou as suas propriedades que vendidas reverteram para a construção da residência Paroquial e 1ªs prestações da Igreja Matriz. Sr. Ernesto Heleno, da Póvoa do Valado, doou a terra onde se encontra a residência paroquial.
Outros houve que colaboraram, enquanto representantes destas gentes, na Freguesia de Requeixo após o 25 de Abril
Sr.César Marques Dias, da Póvoa do Valado, foi membro da Junta de Freguesia de Requeixo. Foi devido ao interesse e trabalho do Sr. César que em 1979 foi publicado no Diário da República o projecto lei da criação da Freguesia de Nª Sª de Fátima, por iniciativa do CDS.
imageSr. Porfírio Vieira de Carvalho e Silva, da Povoa do valado, foi secretário da Junta de Freguesia.
Sr.Jaime Vieira de Carvalho e Silva; de Mamodeiro, foi presidente da Assembleia de Freguesia.
Viriato Simões Bodas, de Mamodeiro, foi secretário da Junta de Freguesia.
Deve referir-se ainda o trabalho desenvolvido pela Comissão Instaladora, que teve a tarefa de preparar todo o processo de transição até às novas eleições. Fizeram parte desta Comissão: António Vidal Simões Lisboa, Porfírio Vieira Carvalho e Silva, Manuel Valente dos Santos, Antero Marques dos Santos, Mário Santos Silva, António Vieira Mostardinha e Manuel Rodrigues Maia.
Cabe aqui também uma palavra de profunda gratidão ao então Presidente da CMA, Dr. Girão Pereira, pelo apoio e por toda a dedicação que sempre demonstrou no processo da criação da nova Freguesia. Aquando das obras sempre encontrou maneiras de ajudar esta freguesia, desde a disponibilização dos técnicos até à disponibilidade financeira sem a qual nada disto se teria feito. Acima de tudo pelo relacionamento humano como tratou estas gentes. Da forma coma acolheu as iniciativas, como aceitou as incompreensões e tentou que tudo chegasse a bom termo e a contento de todos.
Ao Engº Victor Silva pela dedicação no acompanhamento das obras, pela maneira como recebia as pessoas ligadas à freguesia, pelo interesse que manifestava e sobretudo pela resolução dos problemas que surgiam e que aqui localmente não se conseguiam solucionar.
Ao Sr. Manuel Branco Pontes, à época Presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, homem franco, de saber ouvir e ponderado no dizer, teve um papel muito importante com as posições que tomou pois não é fácil geriu uma comunidade que vê separar uma parte significativa. A sua contribuição foi importante para esta transição já que a criação da nova freguesia não foi do agrado de toda a população.
A criação da Freguesia de Nª Sª de Fátima foi aprovada pela Assembleia da República, na sua Sessão Plenária do dia 11-7-85. Entrou oficialmente em vigor com a publicação da Lei nº 104/85 de 4.10.85. no DR- 229- I série a 4.10.85.
Até então os lugares de Mamodeiro, Perajorge e Póvoa do Valado pertenceram à Freguesia de Requeixo, freguesia de origem longínqua que em 1209 já era referenciada no relatório das Igrejas da diocese de Coimbra. A freguesia de Requeixo foi em tempos a maior do concelho de Aveiro. A partir dela já se tinham desanexado anteriormente outras duas outras freguesias: Fermentelos e Nariz. E em 1985 a separação dos lugares de Mamodeiro, Perajorge e Povoa do Valado para a constituição da actual freguesia de Nª Sª de Fátima.
No período efectivo da Freguesia de Nª Sª de Fátima já integraram os órgãos da Freguesia mais de 80 autarcas. Até à presente data já foram eleitos sete órgãos executivos (Junta de Freguesia), com três remodelações e simultaneamente outros tantos órgãos deliberativos (Assembleia de Freguesia).
Os Presidentes de Junta desde então foram:
Porfirio Vieira Carvalho e Silva (1º e 2º)
Antero Marques dos Santos (2º e 7º)image
imageJosé Ferreira de Almeida (3º)
Fernando Vieira Ferreira (4º e 5º)
Luís Claro de Jesus (6º)
 
 
Presidentes da Assembleia de Freguesia
Antero Marques dos Santos (1ª)
António Vidal Simões Lisboa (2ª)
Manuel Dias Simões Vieira (3ª, 6ª e 7ª)
Manuel Ferreira Valente (4ª e 5ª)
Estes executivos trabalharam com os executivos municipais presididos pelo Dr. Girão Pereira, Pof. Celso Santos, Dr. Alberto Souto e Dr.Élio Maia. A estes Presidentes o nosso agradecimento pela colaboração dada a esta Freguesia.
A todos os referidos e aos muitos outros que de um modo ou outro contribuíram para o engrandecimento da nossa terra a nossa profunda gratidão







Nossa Senhora de Fátima é uma freguesia portuguesa do concelho de Aveiro, com 12,44 km² de área e 1 924 habitantes (2011). Densidade: 154,7 hab/km².
 A criação da freguesia foi aprovada pela Assembleia da República, em 11 de Julho de 1985, a lei que criou a freguesia de Nossa Senhora de Fátima, no concelho de Aveiro. É uma das poucas freguesias suburbanas ou rurais cuja sede não corresponde ao nome autárquico. O edificio da junta de freguesia fica situada entre os dois lugares que compõem a mesma edilidade, a saber, Mamodeiro e Póvoa do Valado.



Paróquia de Nª Sª de Fátima
Criada em 13 de Agosto de 1960, por D. Domingos da Apresentação Fernandes, Bispo de Aveiro



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