domingo, janeiro 21, 2007

jnnf, ano XXXV, nº 371 (Dezembro 2006)

PRIMEIRA PÁGINA

Às comunidades de Nariz e Fátima, a todas as pessoas, a todas as famílias desejamos Santo Natal e Feliz 2007, cheio das maiores graças de Deus!






Editorial
O (meu) NATAL (e o TEU?)

Dezembro. Fim de ano. NATAL!
Eis que o Menino Prometido, o Emanuel, vem nascer. E nós queremos Adorá-Lo! E queremos cantar Gloria in excelsis Deo. E também abraçar e oscular este e aquele e toda a gente!
Mas como? Será com mais um beijo… ou mais um beijinho?...
Mais um Natal… igual?...
Partilho convosco esta mensagem que encontrei por estes dias de Advento. Que ela sirva e tenha a pretensão de me ajudar, te ajudar, nos e vos ajudar a parar e a melhor (poder) viver este Natal!

“Estamos a poucos dias de comemorar
a data que deveria ser o maior acontecimento dos tempos:
o nascimento de Jesus.
Há, porém, uma tristeza indelével pairando no ar.
Pessoas que vão e vêm pelas ruas,
preocupadas apenas com os presentes que irão oferecer
aos filhos, pais, parentes ou amigos.
Outros, porém existem,
que sofrem nesse dia a perda irreparável de entes queridos
que não irão estar presentes às comemorações,
esquecendo-se de que a vida é eterna
e que só morremos realmente,
quando deixamos de acreditar nos nossos sonhos.
Alguns sofrem por estarem longe
dos seus filhos, pais ou irmãos que estão distantes.
Há aqueles que sofrem por não terem condições financeiras
de oferecer aos filhos o tão esperado
presente de “Pai Natal”
e talvez nem mesmo dinheiro possuam
para comprar um alimento
para ser servido à mesa no dia de Natal…
- E o verdadeiro sentido desta data, onde entra?
Jesus não veio ao mundo para que
O Seu nascimento fosse comemorado
com bens materiais.
Jesus veio ao mundo para que a nossa visão de vida
ganhasse um novo sentido de esperança.
Veio ensinar-nos a deixar de lado o nosso egoísmo;
veio ensinar-nos o amor ao próximo,
mas não aquele amor que só ama
os que realmente estão próximos de nós;
isso é fácil!
Jesus veio ensinar-nos que devemos
estender a nossa visão para além daquilo
que conseguimos descortinar.
E existe hoje muito, muito mesmo, que se quer e deve ver:
Pessoas que se preocupam em demasia
com coisas que, vistas pelo lado espiritual,
perdem a sua importância.
Jesus veio anunciar e trazer o Amor, a compreensão,
o desapego, a caridade e a solidariedade.
O Amor que se deve dar a todos os seres vivos.
O desapego dos bens materiais,
porque ao nascer não trazemos nada nas mãos,
a não ser o desejo de aprender e crescer espiritualmente,
e ao partir levamos apenas as nossas experiências de vida.
A solidariedade e caridade para com o irmão
que necessita do pão para o seu corpo, sim,
mas muito mais do pão para a sua alma.
E essa solidariedade e caridade
não devem ser praticadas apenas no decorrer
das festividades de Natal e Ano Novo.
Devem ser postas em prática a vida inteira,
tal como Jesus Menino nos ensinou.
Há pessoas
que confraternizam nesta época do ano,
que perdoam mutuamente as ofensas trocadas,
que apertam as mãos, abraçam, cantam,
bebem e riem juntas,
mas que, no dia seguinte, quando a vida volta ao normal,
todas as promessas são esquecidas
e cada qual retoma a sua vida
e os seus propósitos se dissolvem no ar tal como a fumaça.
O mesmo egoísmo volta a dominar as suas vidas.
O Natal é uma data bonita que deve ser comemorada
com alma, com alegria, com Amor.
Jesus nasceu com o objectivo claro e único
de dar a vida por nós, a fim de nos salvar.
Vamos procurar mostrar-Lhe
que o seu sacrifício não foi em vão.
Pense nisto:
- Vamos procurar fazer deste Natal
não apenas mais uma data
em que trocaremos presentes,
em que abriremos champanhe e brindaremos aos nossos
mas, sim uma data de renovação dos nossos propósitos de vida
e de renascimento interior!”
Mário PC Martins

Aveiro vestiu-se de festa para receber D. António Francisco, novo bispo da Diocese, que sempre procurando identificar-se com as pessoas que serviu, “das encostas de Montemuro às terras do Douro, da cidade de Paris a Lamego, de Lamego à arquidiocese de Braga, e agora nesta querida cidade e diocese de Aveiro”, afirmou: “Quero ser aveirense convosco, viver ao ritmo do trabalho, da vida e da cultura (...), ser próximo, conhecer as terras e as gentes”. Com os poderes públicos, o novo Bispo de Aveiro prometeu “cultivar uma sã colaboração”.(excerto do Correio do Vouga)

Dia 11 de Fevereiro de 2007

Foi a data escolhida pelo Presidente da República para a realização do Referendo Nacional sobre o aborto. Os cidadãos eleitores recenseados no território nacional irão pronunciar-se sobre a seguinte questão:
«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?».
Não
concordamos!
Somos a favor da vida, da cultura da vida! É nosso dever de consciência a educação para a cidadania e para a participação cívica no combate a tudo quanto desumanize e mate: as listas de espera; a droga; o excesso de velocidade; a (des)responsabilização ecológica; o aborto; a mentira (fiscal, pessoal, social,…); etc.

Pela primeira vez em jogos oficiais

AD Nariz vence ADRC Barroca no primeiro derby da História!


O dia 29 de Novembro de 2006 ficará para sempre na história dos nossos clubes!

No Campo de Futebol do Porto de Ílhavo, em tarde/noite bem fria de Inverno, assistimos ao vivo (e a cores) a este confronto até então inexistente, em termos oficiais. De uma lado, os meninos de Nariz, liderados pelo jovem técnico Carlos Bernardes; do outro, os meninos do Barroca, comandados por Ramiro Alves.

(Página 3)


PÁGINA DOIS

Festa do Advento

O primeiro Domingo do advento foi o escolhido para a nossa festa.
Com a participação de todos os grupos de catequese e jovens a tarde foi de animação completa.
Encenações, mensagens, cantigas e canções… tudo acompanhado de muito dinamismo e alegria.
Foi enriquecedor o tempo vivido naquela tarde e foi um despertar para o espírito que o advento nos exige. Sim o advento é tempo de preparar, tempo de escutar, de partilhar, de perdoar, tempo de encontro com os outros e tempo de nos encontrarmos.
O aproveitamento de todos estes “tempos” fará nascer dentro de nós o verdadeiro NATAL.

Isabel Branco


Amigos do Jornal

Nariz
Amândio de Oliveira Marques 10,00;Carlos Alberto da Costa de Jesus 8,00;Helena Costa 20,00;Manuel Oliveira Costa 8,00;Maria Teresa Ferreira da Costa Ferrão 5,00;Milton Ferreira 20,00.
Vessada
Amândio Boaventura Figueiredo 14,00;António Vieira da Costa 6,00;Beatriz Ramos 6,00;Carlos Manuel Rodrigues Pedra 6,00;Gilberto Maia 6,00;M. Célia Matos Birrento 5,00;Manuel Martins dos Santos 10,00;Maria da Conceição Martins 10,00;

Verba
Maria de Fátima Barros 2,00;Mário Martins da Costa 8,00;

Mamodeiro
Alberto Lopes dos Santos 10,00;António Marabuto Salgado 2,20;António Da Sofia 10,00;João Rodrigues Matias 10,00;Natália Rocha 10,00;

Nariz, movimento paroquial

FALECIMENTO

- No dia 24 de Outubro, em Vancouver (Canadá), e após prolongada doença, faleceu Manuel Martins Ferreira, de 75 anos de idade, casado com Marília dos Santos Martins. Era pai de Manuel Santos Martins Ferreira e de Teresa Santos Martins Ferreira, ambos emigrantes no Canadá.
Natural da Palhaça, onde nasceu no dia 15 de Outubro de 1931, tinha residência, há vários anos, na Rua da Barreira Branca, em Nariz.
O seu funeral realizou-se no dia 7 de Novembro, na Igreja Paroquial de Nariz, tendo sido depois sepultado em capela de família, no cemitério paroquial da Freguesia

À família enlutada, Notícias de Nariz e Fátima apresenta sentidas condolências.

ESCLARECIMENTO No último número do JNNF referimos, nesta secção do Movimento Paroquial, que “no dia 16 de Julho, na Igreja Paroquial, recebeu o sacramento do Baptismo Francisca Vieira Matos, filha de António José Santos de Matos e de Rosália Conceição Vieira Arsénio Simões, residentes na Rua Direita, em Verba. Foram padrinhos André Vieira Lopes e Sandra Cristina Matias Costa.” Por nosso desconhecimento, indicámos indevidamente que este Sacramento fôra administrado na Igreja Paroquial, mas não: foi na Capela de Verba. Para os pais e para a Francisca aqui fica o nosso pedido de desculpa.


ADiocese de Aveiro ganhou o VI Festival Nacional Jovem da Canção Mensagem com a canção de Brilha como sol, de Avanca, no passado dia 2 de Dezembro.

Coimbra (Se queres ser feliz), em segundo, e Leiria-Fátima (Anda, vem comigo) em terceiro e melhor mensagem receberam as menções honrosas previstas pela organização.


Grupo das Terças Feiras

II Exposição-venda

No dia 26 de Novembro, como noticiávamos no último número, o Salão Polivalente de Nossa Senhora de Fátima acolheu a II exposição-venda de moda, de trabalhos em crochet, em tricot, em ponto cruz,… de produtos caseiros!
Ao longo do ano as “diligentes formigas” investiram em formação, aprenderam novas técnicas, partilharam saberes e experiências com pessoas de outras terras; visitaram Feiras de Artesanato.
A iniciativa, em tudo de grande valor, aproxima as pessoas, rentabiliza artes e recursos, dá dinamismo a autênticos acervos documentais de cultura e saberes, garante carinhosamente precioso contributo para a Paróquia.
Parabéns.


PÁGINA TRÊS

No rescaldo de um Verão que ultrapassou o S. Martinho

Bombeiro! Um ilustre desconhecido!

Por Augusto Branco

Quando as cirenes gritam ansiosas,
A pedir passagem urgente,
São os Bombeiros… diz o povo;
Voluntários ou profissionais,
Unidos pelos mesmos ideais
Vão apagar algum fogo!

Chora a menina aflita,
Porque lhe caiu ao poço,
O seu cãozinho…”O Rafeiro”;
Mas naquela confusão,
Alguém salvou o seu cão…
… Estava ali um Bombeiro!....

Numa cadeira de rodas
Entrava o deficiente,
Numa clínica de Aveiro;
Empurrava aquela cadeira,
Um rapariga loira e forte…
…. Estava ali um Bombeiro!...

O homem caiu sozinho,
Estava cheio de vinho…
Gritava um forasteiro;
Mas logo apareceu alguém,
A aconselhar com carinho…
… Estava ali um Bombeiro!...

Dentro da casa que ardia,
Estava uma velhinha,
A morrer naquele braseiro;
Mas alguém arrisca a vida,
E salva a senhora da morte…
….Estava ali um Bombeiro!...

Debaixo dos olhos da mãe,
A menina caiu ao rio,
E desapareceu bem ligeiro;
Mas nas mãos fortes de alguém,
Viu a filha aquela mãe…
…Estava ali um Bombeiro!...

Com coragem e destemido,
O Bombeiro enfrenta o perigo,
Com a formação que tem;
Com desprezo pela vida,
Ele arrisca o salvamento,
Pronto a morrer também!...

Um Bombeiro… Outro Bombeiro…
Muitos Bombeiros afinal,
Agrupam-se em Corporação;
“Velhos”, “Novos”, pouco importa,
Pois todos estão irmanados,
Dentro da mesma missão!...

Aos Bombeiros de Portugal,
Eu saúdo por igual,
E aos de Aveiro por “Excelência”:
E proponho de bom grado,
Que Bombeiro fardado,
Tenha direito a “Continência”!!...

ASSEMBLEIA GERAL DA A. R. C. BARROCA

O Barroca reuniu os seus Sócios em Assembleia geral no passado dia 18 de Novembro, com a finalidade de aprovar o relatório de contas da época 2005 / 2006, o qual apresentou os seguintes valores finais.

Receitas ---- 30 158 . 43 €

Despesas --- 27 744 . 63 €

Saldo Positivo -- 2 413 . 80 €

As contas foram aprovadas por unanimidade pelos sócios.

Para além das contas foram também tratados outros assuntos da vida do clube, de destacar que foi decidido novamente a realização do torneio da Páscoa, este ano a sua VIII edição.

Da parte dos sócios ficou o pedido de continuação deste projecto, que muita vida dá ao nosso parque desportivo e ajuda os jovens a terem uma vida mais saudável.

Pela primeira vez em jogos oficiais

AD Nariz vence ADRC Barroca no primeiro derby da História!

A AD Nariz levou de vencida a sua congénere do Barroca por expressivos 7-3, neste jogo em atraso da 3ª jornada do Campeonato Distrital de Escolas A, série G, da Associação de Futebol de Aveiro (AFA).

Quem viu assistiu a um jogo muito disputado de parte a parte, com total e efusiva entrega dos aguerridos atletas de Nariz e de N.ª Sr.ª de Fátima. No final, e consequência de um maior ascendente de jogo, a vitória foi para os da casa, que vêm fazendo um campeonato surpreendente neste escalão de formação/competição. De referir que as duas equipas, antes deste jogo, partilhavam “ex aequo” o 2º lugar da classificação nesta série.

Para a história das nossas duas colectividades e das duas Freguesias, aqui deixamos a ficha de jogo e as opiniões dos técnicos:

AD NARIZ

1 – Fábio Rocha; 2 – Ruben Ferreira;3 – Miguel Ângelo;4 – Diogo Costa;5 – José Tavares;6 – Fábio Paradas;8 – Paulo Alexandre;15 – Ivan Martins;16 – João Pedro;
TREINADOR: Carlos Bernardes
DELEGADO: João Laranjeira



ADRC BARROCA

1 – Tiago Matos;2 – Rafael Rodrigues (sub-capitão);3 – Marcelo Ferreira;4 – João Teixeira;5 – Roberto Souto (capitão);6 – David Maio;7 – Diogo Marques;8 – José Maia;9 – Rodolfo Ribeiro;10 – Pedro Rebelo;11 – João Mota;13 – Simão Lopes
TREINADOR: Ramiro Alves
DELEGADO: Paulo Oliveira


Árbitro do encontro: Germano Teles, da AF de Aveiro

A OPINIÃO DOS TÉCNICOS:
Carlos Bernardes (AD NARIZ): Foi um bom jogo. Gostei da atitude e da coragem dos meus jovens jogadores, para mais num jogo de emoções que é/foi este “derby”.
Ramiro Alves (BARROCA): O Barroca entrou apático, convencido que o jogo seria fácil. Cometeu muitos erros na defesa e quando quis recuperar de três golos de diferença, que se verificava ao intervalo, já foi tarde. Na segunda parte o jogo foi mais equilibrado, mas o Nariz acabou por ser um justo vencedor.

CANTINHO DOS NEO-POETAS

MENINO ADORADO!

Tantas estrelas no céu…
Mas, naquela noite,
Apenas uma foi mais intensa e brilhou mais alto.
Nasceste!... Tudo estava explicado! …

Abriste os Teus olhos e foste Adorado!
Nasceste meigo e inofensivo
Com uma quantidade inexplicável de amor para dar…
Estavas destinado…

Para nossa salvação tiveste Coragem e Amor tão grandes
Que foste capaz de, por nós, Tua vida entregar!
Celebramos com alegria e em família o Teu nascimento.
É bom sentir a Tua presença reconfortante,

Saber que Te encontras do nosso lado, cheio de vida,
Saber o dia em que o mundo recebeu
A grande Oferta de Amor e salvação…
Saber que, a partir desse Dia, estás sempre no nosso coração!

És como uma pombinha branca
Que dá vontade de acariciar…
Como o sol quente que dá vontade de sentir…
Como a água que a planta precisa para viver…

És o Amor de que precisamos
Para enxugar nossas lágrimas…
Para sermos felizes
E para poder querer e fazer!

És a maior bênção que cada um de nós
Poderia receber neste Natal…
És a alegria fulminante que nos cativa,
Que nos leva a unir como irmãos,

Que nos leva a amar a todos por igual!
Tu nos seduzes… Tu nos completas…
És mais do que uma simples presença...

És a nossa vida!

Fizeste-nos para Ti…
Tu nos manténs, pois sabes o que é melhor para nós…
És o nosso Deus, o nosso Amor
És o bater dos nossos corações
És o espírito jovem de todas as multidões.

Ninoska Barros


PÁGINA QUATRO

Gente da Nossa Gente

Nome: Rosa de Jesus Marques
Estado civil:
Casada com João Augusto Moreira e tem uma filha, Cristiana Moreira
Hobies:
Gosta de caminhar e andar de bicicleta, mas o tempo não dá para tudo
O que mais gosta:
Sentir bem consigo própria
O que menos gosta:
Da injustiça
A nossa entrevistada deste mês é, Rosa Marques. Emigrante na Suíça, mais propriamente em Friburg, durante 20, anos, regressou a Portugal e investiu na sua terra natal, mais concretamente na Pastelaria Delicias da Terra em Mamodeiro. Amavelmente acedeu a este convite do JNNF, e contou-nos bocadinho da história de mais uma emigrante da nossa terra, que agora regressou.

O que é que a levou a emigrar e a escolher a suíça? É difícil estar longe da terra onde nasceu?

A minha história é comum á de muitos outros emigrantes. A necessidade de melhorar a nossa vida obriga-nos a tomar opções e a minha e do meu marido recaiu em emigrar para a Suíça. Tínhamos lá amigos por isso a decisão recaiu nesse país. Em primeiro foi o meu marido e passado um ano fui eu. No início não foi nada fácil. Só o meu marido é que tinha trabalho e eu não estava a conseguir adaptar-me. As saudades da família eram muitas e falta de trabalho dificultava o dia a dia. Passado algum tempo as coisas começaram a melhorar e com a chegada dos meus irmãos as saudades diminuíram e a sensação de conforto aumentou. No entanto a altura das férias era sempre um momento desejado, pois o contacto com a família e amigos é sempre muito importante.

Como é que foi mantendo o contacto?

O telefone era a primeira opção. No início a minha mãe não tinha telefone, por isso mais complicado. Com a ajuda dos vizinhos tudo se resolvia. As saudades chegaram a ser tantas, que tinha semanas que ligava três vezes.

Certamente também existiram momentos em que colocou em causa a sua opção de emigrar?

Naturalmente. Como disse atrás o início foi muito complicado. Partir para um país distante para trabalhar e não ter trabalho é o pior que pode acontecer. Querer fazer face às despesas do dia a dia e não conseguir é muito complicado. Com muita força de vontade e com a ajuda de Deus e de Nossa Senhora, pois não tenho dúvidas, que sem a ajuda deles nada teria conseguido, as coisas para mim e para a minha família resolveram-se e hoje posso dizer que todos esses sacrifícios e privações valeram a pena. Não posso no entanto de deixar de referir que em todos os momentos que antecediam a partida para a Suíça após as férias eu me questionava se valia a pena mais uma vez deixar todos aqueles que amava e partir. A vida de emigrante é uma vida de trabalho e de muito sacrifício.

Quando é que resolveu voltar de vez para Portugal?

Tudo tem a sua altura própria. Quando sai de Portugal o objectivo era melhorar a condição financeira da minha família. Com trabalho tudo se consegue, mas há que ter a capacidade para perceber que o dinheiro não é tudo. A nossa ambição não tem limites e temos de saber parar. Desde do momento que parti pela primeira vez, que o meu objectivo era voltar para junto dos que me são mais queridos, nomeadamente a minha mãe. Nesta altura e tendo em conta a idade e situação escolar da minha filha, senti que era a altura certa. Ela também queria vir e eu senti que tinha a obrigação de lhe poder proporcionar um futuro diferente num país diferente e que eu gosto muito. No futuro se ela quiser, tenho de respeitar essa opinião pois eu também fiz o mesmo. No entanto quero voltar a referir que o apelo da família foi muito forte e que é aqui que me sinto feliz.

E é fácil voltar? Não há a sensação de ser novamente emigrante, mas agora na nossa terra?

Essa pergunta é curiosa. Tenho amigos que falavam justamente disso. Sentiam-se estrangeiros na sua própria terra. Felizmente comigo isso não aconteceu. Fui muito bem acolhida e as pessoas respeitam-me. Isso tudo também se deve às amizades, que se foram mantendo apesar da distância. Nas férias tive sempre o cuidado de estar com aqueles que mais gosto e acima de tudo de ser eu própria, pois apesar de estar longe e num país distante, continuava a ser a mesma pessoa.

E o investimento neste negócio, como é que surgiu?

Numas férias, que estive cá, em conversa com a Fátima, a proprietária do espaço, deu-me a entender que poderia haverá possibilidade de a pastelaria poderia estar à procura de novos donos. Foi aí que eu lhe disse que se tal acontecesse eu estava interessada. E assim aconteceu. Sempre quis ter algo que ajudasse a minha terra a evoluir e foi esta a forma que encontrei. Estou aqui à três meses, e apesar de não ter experiência neste ramo, com esforço, trabalho e a ajuda de todos os que colaboram comigo estamos a conseguir levar o barco a bom porto.

Que mensagem quer deixar aos nossos leitores?

Gostaria de desejar a todos um bom Natal e um feliz 2007. Queria também dizer em especial para todos aqueles que estão emigrados, que a família e todos os que nos são queridos, são mais importantes que tudo o que se possa conquistar lá fora. Organizem a vossa vida e voltem para junto daqueles que vos amam. O sentimento de estar na nossa terra junto dos nossos vale mais que todo o dinheiro que se possa ganhar no país distante.


Que o Natal seja mais um momento em que as pessoas acreditem que vale a pena viver um ano novo.
O executivo da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima deseja a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.

Luís Claro, Presidente



A Junta de Freguesia de Nariz, concelho e distrito de Aveiro, deseja a toda a população residente na freguesia, aos seus emigrantes, a todas as suas congéneres do concelho de Aveiro e a todos os municípios e freguesias que lhe são contíguos, um Santo Natal e um Bom e Extraordinário Ano de 2007. Estes votos, são extensivos – e muito em particular – à família do seu mais recente Presidente da Junta que, prematura e inesperadamente, nos deixou, partindo para o Reino de Deus, não tendo podido concluir a obra que vinha desenvolvendo de há 20 anos a esta parte – Manuel Arede de Jesus. Paz eterna para a sua Alma.

Telmo Vieira Martins – Presidente

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